Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Servidores do Banco Central
decidiram nesta sexta-feira (9) rejeitar a proposta do governo federal e então
aprovaram um indicativo de greve, com uma paralisação inicial de 48 horas,
prevista para os dias 20 e 21 deste mês.
Os representantes da categoria
já tinham demonstrado insatisfação com a última rodada da mesa de negociação
com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, que havia sido
realizada no dia anterior. No entanto, aguardavam o resultado da assembleia
para anunciar se rejeitariam ou não o que foi apresentado.
Segundo o Sinal, um dos
sindicatos da categoria, a rejeição à proposta do governo federal foi decidida
por 97% dos servidores presentes na assembleia.
"A contraproposta do MGI
pressupõe um reajuste de apenas 13%, parcelado para 2025 e 2026, e não atende
às principais reivindicações da categoria, como a exigência de nível superior
para o cargo de Técnico, a mudança do nome do cargo de Analista para Auditor, e
a criação de uma Retribuição por Produtividade Institucional", informou o
sindicato em nota.
A categoria solicita que esse
reajuste seja de 36%.
Além da decisão pela paralisação
de 48 horas, os servidores também decidiram pela entrega imediata dos cargos
comissionados. Isso, acrescentam os representantes da categoria, resultará no
"esvaziamento do comando do BC, incluindo gerências e diretorias".
Os representantes da categoria
informaram que até o início da tarde desta sexta-feira (9), mais de 50
servidores já haviam comunicado oficialmente seu desligamento das funções
gerenciais.
O Sinal e outras duas entidades
representativas da categoria também divulgaram uma nota conjunta, na qual
afirmam que o plano do governo se mostrou "absolutamente inaceitável e
desrespeitoso" com o processo de negociação. As entidades decidiram não
apresentar uma contraproposta.
Na noite de quinta-feira (8),
após a realização da mesa de negociação, O Ministério da Gestão e da Inovação
em Serviços Públicos divulgou uma nota na qual afirma que reinstalou no início
do ano passado a mesa permanente de negociação com os servidores públicos e que
o primeiro acordo fechado foi um reajuste linear 9% para todos os servidores,
inclusive para os do Banco Central, além do aumento de 43,6% no auxílio
alimentação.
A pasta acrescenta que teve
início no segundo semestre o debate sobre o reajuste para o ano de 2024, no
qual foram abertas 21 mesas específicas para tratar de algumas carreiras. No
âmbito desses instrumentos, sete acordos para reestruturação de carreiras foram
fechados.
"A recomposição da força de
trabalho na Administração Pública Federal, para recuperar a capacidade de
atuação do governo para a execução de políticas públicas, é pauta prioritária
do Ministério da Gestão, que vem atuando dentro do possível e dos limites
orçamentários para atender às demandas dos órgãos e entidades do Executivo
Federal", afirma o texto da nota, concluindo que a pasta segue aberta para
diálogo com os servidores do Banco Central e de outras categorias.