Bernardo Romão e Marcelo Câmara | Foto: Montagem/ Bahia Notícias
Três militares, Bernardo Romão
Correa Neto, Rafael Martins de Oliveira e Marcelo Costa Câmara e o ex-assessor
da presidência Filipe Martins foram alvos de mandados de prisão no âmbito da
Operação Tempus Veritatis na manhã desta quinta-feira (8). Apenas Bernardo
Romão ainda não teria tido o mandado cumprido, por não estar em território
brasileiro, de acordo com informações da Globo News.
Segundo a decisão do ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, o coronel Bernardo Romão
teria sido o intermediário de um encontro entre Mauro Cid e militares formados
no curso de Forças Especiais (Kids Pretos) com o intuito de utilizar técnicas
militares para consumação do Golpe de Estado.
Já Rafael Martins teria, entre
outras ações, solicitando R$ 100 mil para pagamento de despesas com hotel,
alimentação e material para direcionar manifestantes “para os alvos de
interesse dos investigados, como STF e Congresso Nacional, além de realizar a
coordenação financeira e operacional para dar suporte aos atos
antidemocráticos, com novos indícios de arregimentação e utilização de
integrante das Forças Especiais (FE) do Exército especializados em atuação em
ambientes hostis, negados ou politicamente sensíveis, para subverter o Estado
Democrático de Direito”.
O último militar que consta na
lista com mandados de prisão é Marcelo Costa Câmara, que chegou a ser designado
como auxiliar residual do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Os elementos de
informação identificados até o momento pela investigação demonstram que Marcelo
Câmara era o responsável por um núcleo de inteligência não oficial do
Presidente da República, atuando na coleta de informações sensíveis e
estratégicas para a tomada de decisão de Jair Bolsonaro”, razão pela qual se
justificaria o pedido de prisão preventiva.
Filipe Martins teria sido o responsável por colocar
juristas em contato com Bolsonaro para dar ares de legalidade à
ruptura institucional intentada pelo grupo.
Além do pedido da
Procuradoria-Geral da República, endossando solicitações da Polícia Federal, a
decisão de Alexandre de Moraes traz prints de diálogos envolvendo os citados e
o ex-ajudante de ordens da presidência da República, Mauro Cid, cujo acordo de
colaboração premiada associado a quebra de sigilos telemáticos motivaram a
operação deflagrada nesta quinta.