Foto: Ricardo Stuckert/PR
O diretor-geral da Organização
Mundial de Saúde, Tedros Adhanom, disse que há conversa da OMS com a Fiocruz e
o Instituto Butantan para acelerar a produção da vacina da dengue. Na
segunda-feira (5), Tedros já havia dito que o Brasil pode ser um fornecedor do
imunizante.
A declaração foi dada nesta
quarta-feira (7) no lançamento do programa Brasil Saudável - Unir para cuidar
do Ministério da Saúde.
"A OMS também vem
trabalhando com o Instituto Butantan com vistas a explorar uma nova via de
colaboração para acelerar a produção local de novas vacinas avançadas aqui no
Brasil", disse.
Segundo o diretor-geral da OMS,
há um ressurgimento global da doença. O surto de dengue atual faz parte de um
grande aumento em escala global, com mais de 500 milhões de casos e mais de
cinco mil óbitos relatados ano passado em 80 países de todas as regiões do
mundo.
A ministra da Saúde, Nísia
Trindade, se reuniu no sábado (3) com Esper Kallás, diretor do Instituto
Butantan, e Mario Moreira, presidente da Fiocruz. O objetivo foi viabilizar
parceria estratégica visando aumentar a produção de vacinas de dengue no Brasil.
Com o suporte do Ministério da
Saúde, a Fiocruz somará esforços para aumentar a produção da vacina da
farmacêutica Takeda. Na outra frente, o Ministério da Saúde garantiu o apoio à
aprovação final do imunizante em desenvolvimento pelo Instituto Butantan.
A ministra disse que neste
momento não faz sentido decretar uma emergência nacional Brasil.
"Num país com as dimensões
do Brasil, regime de chuvas, neste momento não faz sentido uma emergência
nacional, o que não quer dizer que não estamos em estado de alerta nacional. Me
reuni com prefeitos, governadores, para que coloquemos em prática essa ideia de
um trabalho que tem que ser conjunto", afirmou.
Nísia chegou a dizer na semana
passada que o momento é de cuidar e de prevenir. Ela tem afirmado que que
vacina para a dengue não é a solução, mas uma aliada no enfrentamento da
doença.
"A vacina não é uma solução
para esse momento de surto de dengue porque é uma vacina aplicada em dois
momentos com intervalo de três meses. Nós estamos falando de uma situação de
grande número de casos", completou.
A pasta vai disponibilizar as
doses da vacina para 37 regiões de saúde que estão distribuídas em 16 estados e
o Distrito Federal, priorizando aqueles com alta transmissão da doença e
incidência do sorotipo 2 do vírus.
A previsão do governo é vacinar
cerca de 3,2 milhões de pessoas de 10 a 14 anos.
O Ministério da Saúde informou
que chegaram em janeiro as primeiras 750 mil doses da vacina, que serão
oferecidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde).