Nova variante foi detectada pelo Lacen Crédito: Leonardo Rattes / Saúde GovBA
As sublinhagens da variante Ômicron da covid-19,
encontradas em Salvador e mais 16 cidades baianas pelo Laboratório Central de
Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA), têm um alto poder de contágio, mas não
costumam provocar sintomas graves nas pessoas infectadas pelos vírus. De acordo
com o infectologista Matheus Todt, é justamente pela maior capacidade de
infecção da variante que ela tem sido mais comum no Brasil e no exterior. No
entanto, o médico destaca que, no organismo, as novas sublinhagens têm um comportamento
parecido com as antigas.
“É uma variante que tem um comportamento muito
semelhante às últimas. Ela tem alto contágio, mas não costuma causar formas
graves da doença. Geralmente, são sintomas gripais e normais como tosse, dor de
garganta e febre baixa. Agora, para quem não está imunizado com as vacinas e os
reforços, ela tem o potencial de causar algo grave”, alerta o médico, orientado
o público que ainda não tem o quadro vacinal completo a ir ao posto de saúde
mais próximo.
Em Salvador, onde as sublinhagens foram
identificadas e se aproxima o Carnaval, o público-alvo da vacinação com a
bivalente, que inclui os grupos prioritários como idosos, gestantes, puérperas,
imunossupressos e outros, é formado por 815.489 pessoas, de acordo com a
Secretaria Municipal de Saúde (SMS). No entanto, ainda segundo a pasta, apenas
279.017 doses foram aplicadas, o que deixa a capital com 34,21% de cobertura
vacinal na dose de reforço para estes grupos.
A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab)
informou a cobertura geral da bivalente para pessoas de 12 ou mais, que está em
15%. Para esse público, no entanto, o último dia de vacinação disponível foi a
terça-feira (6), devido a uma recomendação do Ministério da Saúde (MS). Para os
grupos prioritários, a bivalente segue disponível nas unidades de saúde. Sobre
o número de amostras colhidas no Lacen, a Sesab explica, na semana de 28 de
janeiro a 3 de fevereiro, foram liberados 416 resultados de exames de covid-19,
mesmo que, com o advento do teste rápido, a maioria dos exames seja feita na
unidade de saúde onde o paciente é atendido.
Médica infectologista, Clarissa Ramos diz que toda
variante requer cuidados, mas afirma que a chegada de sublinhagens não
surpreende. “Desde que começou a circulação da covid-19, já que, eventualmente,
variantes poderiam aparecer. E o que a gente faz com isso? No carnaval ou no
pós-Carnaval, observa o aumento de doenças respiratórias porque pode haver uma
maior transmissão da covid-19, já que a gente vai ter mais contato. Só que isso
vale para outros vírus como influenza e adenovírus, por exemplo”, cita médica,
que incentiva a vacinação.
Todt segue o discurso de Clarissa e faz um alerta
para os grupos prioritários, que são pessoas que correm mais risco de
desenvolver sintomas graves. “A detecção dessas sublinhagens é mais uma deixa
para alertar a população da necessidade de atualizar a vacina, principalmente,
aqueles pacientes que estejam em um grupo de risco. E aí cito os pacientes mais
velhos, acima de 60 anos, e os pacientes com morbidades graves ou com problema
de imunidade”, completa.
A vacinação da covid-19 continua em unidades
públicas de saúde de Salvador e da Bahia como um todo.
Veja em quais cidades foram detectadas amostras com
as sublinhagens JN.1 e JN.1.1 são:
ADUSTINA
ALAGOINHAS
AMÉLIA RODRIGUES
BARROCAS
CAMAÇARI
CATU
CONCEIÇÃO DA FEIRA
CONCEICAO DO COITÉ
FEIRA DE SANTANA
PARIPIRANGA
PIATÃ
PINTADAS
POJUCA
SALVADOR
SANTA BÁRBARA
SANTO ANTÔNIO DE JESUS
VITÓRIA DA CONQUISTA
Por Correio24horas