Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando
Haddad, afirmou nesta segunda-feira (5) que o preço do querosene de aviação,
conhecido como QAV, não pode ser usado como justificativa para o aumento das
passagens aéreas no Brasil. Haddad destacou que o valor do combustível vem em
trajetória de baixa.
A declaração ocorre em meio a
uma pressão das companhias aéreas por medidas de socorro junto ao governo Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). O setor reclama do patamar de preço do combustível,
argumentando que a Petrobras teria mais espaço para reduzi-lo –a estatal
contesta essa avaliação.
"Vamos esclarecer que o
preço do querosene [de aviação] caiu durante o nosso governo. O preço do
querosene não pode ser justificativa para aumento do custo de passagem
aérea", disse Haddad.
A declaração ocorreu em uma
entrevista após o ministro participar de um encontro com pesquisadores do FGV
Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) no Rio de
Janeiro.
Haddad afirmou que o governo
está estudando uma possível ajuda para a reestruturação do setor aéreo, mas sem
dinheiro do Tesouro Nacional. O ministro estimou que uma proposta de auxílio
poderá ser desenhada em fevereiro.
"Vamos entender melhor o
que está acontecendo. Não existe socorro com dinheiro do Tesouro. Isso não está
nos nossos planos. O que está eventualmente na mesa é viabilizar uma
reestruturação do setor, mas que não envolva despesa primária", afirmou
Haddad.
A coluna Painel S.A. apurou que,
em uma reunião com Lula prevista para esta semana, as companhias aéreas
reforçarão um pedido feito a Haddad de ao menos R$ 3 bilhões em linhas de
crédito. Sem isso, elas não devem aderir ao programa Voa Brasil, cuja ideia é
ofertar passagens a R$ 200 para grupos específicos.
Nesta segunda, Haddad disse que
a ajuda ao setor "pode ter" a criação de um fundo, mas ele reforçou
que o auxílio não contará com despesas primárias. No final do ano passado, o
ministro demonstrou preocupação com o impacto das passagens aéreas na inflação.