Foto: Alan Santos / PR
O ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) comentou a recente troca de afagos entre o governador de São Paulo,
TarcÃsio de Freitas (Republicanos), seu aliado, e o presidente Lula (PT), seu
principal opositor.
"TarcÃsio é meu
irmão", se limitou a dizer, afirmando que não tinha mais nenhuma
declaração polÃtica a fazer sobre o evento de sexta-feira (2) em que Lula e
TarcÃsio formalizaram a parceria na construção do túnel entre Santos e Guarujá
e celebraram disposição para trabalhar juntos em projetos estratégicos para o
estado.
A lacônica frase de Bolsonaro
foi dada em resposta a uma pergunta da reportagem feita após ele receber
apoiadores em sua casa de praia na Vila Histórica de Mambucaba, em Angra dos
Reis (RJ), no sábado (3).
Apesar disso, o ex-presidente
não deixou de aproveitar o assunto para criticar o adversário.
"Mandaram para mim uma
declaração do [Guilherme] Boulos de que se bobear o Lula até filia o TarcÃsio
no PT. Eu ia ficar com receio é se ele tivesse dito que o Lula iria roubar o
TarcÃsio para o PT, porque disso [roubar] ele entende bem."
Bolsonaro disse ainda que
TarcÃsio é reconhecido até pelos adversários como um bom gestor e que sua
atitude difere da que, segundo ele, os governadores petistas tiveram enquanto
ele ocupava a Presidência da República, de 2019 a 2022.
Segundo Bolsonaro, à exceção de
uma ligação recebida de Camilo Santana (Ceará), nenhum outro governador petista
quis conversar com ele no perÃodo.
No evento de sexta, TarcÃsio
disse que era preciso celebrar os acordos recentes entre governo federal e
governo paulista, como a construção da obra no litoral. "O que importa é
enxergar o interesse público", disse o governador, que foi aplaudido ao
ser anunciado, mas também ouviu algumas vaias e xingamentos.
"Vamos deixar esse legado
trabalhando juntos. Muito obrigado pela parceria, presidente Lula."
Lula falou em seguida e saiu em
defesa de TarcÃsio. Disse que é preciso restaurar a "normalidade"
polÃtica para que ele e o governador possam atuar em conjunto em programas para
o estado, com "respeito às diferenças" dentro da democracia.
"O governador merece ser
tratado com muito respeito nas atividades públicas que nós fazemos",
afirmou. "Parabéns pela relação democrática entre Brasil e São
Paulo", completou Lula ao final de sua fala.
Bolsonaro tem assistido a
desgaste de aliados que, nas redes sociais, são criticados por declarações,
recentes ou antigas de apoio a Lula.
O presidente do PL, Valdemar
Costa Neto, por exemplo, teve que se explicar nas redes e ao ex-presidente após
começar a circular na internet vÃdeo editado de uma entrevista de dezembro em
que ele, Valdemar, elogiava Lula, afirmando que o atual mandatário tem
prestÃgio e popularidade.
Bolsonaro reagiu e falou em
"implosão do partido" com "declaração absurda" de
"pessoa do partido"
"Essa semana tive um
problema sério, não vou falar com quem. Se continuar assim, vai implodir o
partido. Pessoa do partido dando declaração absurda, como 'o Lula é
extremamente popular'. Manda ele tomar um [cachaça] 51 ali na esquina. [Lula]
Não vem", afirmou à época a apoiadores.