A Ucrânia afirmou nesta quinta-feira, dia 1º, que
usou drones marítimos para afundar um navio de guerra russo no Mar Negro. O
ataque, realizado na noite de quarta-feira, 31, destruiu uma corveta de mísseis
classe "Tarantul" da Frota do Mar Negro da Federação Russa, de acordo
com a agência de inteligência militar (GUR) da Ucrânia.
A GUR publicou um vídeo que afirmava mostrar drones
navais atacando a corveta armada com mísseis russos Ivanovets na noite de
quarta-feira. As imagens divulgadas mostram vários drones navais colidindo com
um navio e explodindo. Segundo o GUR, o navio, avaliado entre US$ 60 milhões a
US$ 70 milhões, estava em patrulha no lago Donuzlav, no oeste da Crimeia,
quando uma unidade especial do GUR o atingiu.
A empresa de segurança privada Ambrey disse que a
Ucrânia usou até seis drones marítimos, cada um carregando normalmente 300
quilogramas de explosivos, no ataque. As imagens do GUR mostraram que o navio
estava afundando. Autoridades russas não comentaram imediatamente sobre o
assunto.
Um oficial ocidental apoiou a versão ucraniana,
dizendo que era "muito provável que embarcações autônomas sem tripulação
foram responsáveis pelo ataque ao Ivanovets". O oficial falou sob condição
de anonimato, por discutir questões de inteligência.
Os ataques da Ucrânia contra aeronaves e navios
russos no Mar Negro ajudaram a recuar as forças navais de Moscou, permitindo
que Kiev aumentasse as exportações cruciais de grãos e outros produtos por seus
portos do sul. A Ambrey observou que quaisquer drones não explodidos poderiam
representar uma ameaça para o transporte no Mar Negro.
Aviões supostamente danificados
Nesta sexta-feira, 2, a Ucrânia ainda declarou que
pelo menos três aviões russos estacionados na base aérea de Belbek, no extremo
oeste da Crimeia, foram danificados em um ataque aéreo realizado na
quarta-feira pela Força Aérea Ucraniana.
Segundo a versão russa, a Ucrânia atacou a Crimeia
na quarta-feira com pelo menos duas dezenas de mísseis que foram destruídos
pelos sistemas de defesa aérea sobre o Mar Negro e na própria península.
Fragmentos de alguns deles caíram em uma unidade militar em Liubímovka, uma
localidade próxima à base de Belbek, de acordo com as autoridades russas, que
garantiram que nenhuma das aeronaves no local foi danificada.
Anteriormente inatingível para a Ucrânia no início
deste conflito, a península da Crimeia tornou-se um alvo frequente dos ataques
de Kiev com mísseis e drones de fabricação própria contra alvos militares e
logísticos russos.
Por Estadão