A Petrobras comemorou, nesta sexta-feira (2/2), o fato de ter atingido o
maior valor de mercado em termos nominais da história, no pregão da Bolsa
brasileira (B3) da véspera (1º/1). Ela alcançou R$ 551,4 bilhões, com papéis
negociados a até R$ 42,93 (ações ordinárias). O número impressionou o mercado,
mas ele ainda está muito distante da máxima história da petroleira, se
considerado o mesmo valor em dólares – o parâmetro usado pelos investidores
estrangeiros.
Uma análise realizada pelo especialista em dados do mercado de capitais
Einar Rivero, da consultoria Elos Ayta, mostra que, pela cotação atual da moeda
americana, a Petrobras vale US$ 111,73 bilhões. Essa quantia representa menos
da metade do total obtido em 21 de maio de 2008, quando o valor de mercado
chegou a US$ 309,48 bilhões, o equivalente a R$ 510,39 bilhões, na cotação da
época.
Na avaliação de Rivero, essa diferença mostra a fora da “volatilidade
nos mercados financeiros, mas também a influência das taxas de câmbio na
avaliação das empresas, especialmente para investidores estrangeiros”. “E o
pico nominal (em reais), embora represente uma barreira psicológica notável,
revela uma narrativa mais complexa quando expresso em dólares”, diz o analista.
No pregão de quinta, as ações da Petrobras registraram forte alta,
apesar da queda do valor do barril de petróleo no mercado internacional. Para
Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset, a elevação dos papéis foi
resultado da repercussão no Brasil de declarações de executivos da empresa,
feitas num evento realizado nesta semana, em Nova York, o Deep Dive (mergulho
profundo) da Petrobras. “As afirmações reforçaram a ideia de que, queiram ou
não, a companhia vai pagar bons dividendos aos acionistas”, afirma Passos.
Nesta sexta, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou que o
recorde coroa o trabalho feito no ano passado pela empresa. “Estamos muito
satisfeitos com os sucessivos recordes de valor de mercado”, diz. Ele atribuiu
os saltos na B3 à “retomada de investimentos que a nova gestão tem realizado no
último ano”.
O último recorde em valor de mercado, dado pela soma das ações, foi
batido pela Petrobras em 25 de janeiro deste ano. Naquele pregão, ele atingiu
R$ 525,6 bilhões. Antes disso, em outubro do ano passado, havia alcançado R$
525 bilhões.
Por Metrópoles