Foto: Reprodução / Redes Sociais Javier Milei
O conselho executivo do FMI
(Fundo Monetário Internacional) aprovou nessa quarta-feira (31) um desembolso
de cerca de US$ 4,7 bilhões (R$ 23,3 bilhões) para a Argentina, visando
"apoiar" os esforços do governo do presidente Javier Milei para restabelecer
"a estabilidade macroeconômica".
Desde que assumiu o cargo há
menos de dois meses, Milei desvalorizou o peso em 50%, iniciou um processo de
liberalização de preços e pretende modificar centenas de normas e leis para
tentar reverter uma crise que mantém mais de 45% dos argentinos na pobreza, com
uma inflação anual de 211% em 2023.
O desembolso imediato "de
cerca de US$ 4,7 bilhões" permite "apoiar os claros esforços
políticos das autoridades para restabelecer a estabilidade
macroeconômica", afirma o FMI em um comunicado, em um apoio significativo
a Milei, justamente quando o Congresso debate um polêmico pacote de reformas
ultraliberais.
"Está sendo implementado um
ambicioso plano de estabilização para corrigir graves desvios de políticas nos
últimos trimestres de 2023", disse a entidade, referindo-se ao período do
governo do peronista Alberto Fernández.
"O plano se concentra no
estabelecimento de uma forte âncora fiscal, juntamente com políticas para
reduzir de forma duradoura a inflação, reconstruir as reservas e abordar as
distorções e os problemas de longa duração", destaca o fundo.
No entanto, a organização
financeira adverte que "o caminho para a estabilização será
desafiador". A aprovação do conselho para a sétima revisão do acordo de
crédito com a Argentina eleva para cerca de US$ 40,6 bilhões (R$ 201 bilhões) a
quantia concedida ao país sul-americano, como parte de um programa de ajuda de
44 bilhões (R$ 218 bilhões). O conselho aprovou ainda a extensão do programa
até 31 de dezembro de 2024. O FMI não forneceu mais detalhes sobre as mudanças.
A Argentina enfrenta uma crise
com escassez de divisas, um alto endividamento em um contexto de praticamente
nenhum acesso aos mercados internacionais de crédito.
Na atualização das Perspectivas
da Economia Mundial, o FMI estimou na terça-feira que a situação econômica do
país será bastante pior do que o previsto para este ano. Em outubro, a
instituição financeira previa um crescimento de 2,8% para a economia argentina
em 2024, mas agora projeta uma contração de 2,8%.