O Ministério Público da Bahia ajuizou nesta quinta-feira (1º)
uma ação civil pública contra o município de Campo Alegre de Lourdes, no Vale
São-Franciscano, para que a Justiça proíba a realização das Festividades da
Padroeira Nossa Senhora de Lourdes, previstas para 9 de fevereiro. A prefeitura
da cidade se envolveu em uma polêmica porque contratou show do cantor Gusttavo
Lima por cerca de R$ 1,3 milhão para o festejo, sendo que a região está em
emergência por conta da seca.
Segundo os promotores, há uma “manifesta desproporcionalidade
entre as ações prioritárias do Município de Campo Alegre de Lourdes e o evento
festivo, sobretudo diante do expressivo valor de R$ 1,3 milhões para a
apresentação de uma única banda”.
Eles ressaltaram que o município se encontra em situação de
emergência declarada em 12 de setembro, por força da escassez de água, com
vigência prevista por 180 dias. Além disso, os gastos da festa comprometem a
previsão orçamentária da Secretaria de Cultura para 2023 e 2024.
O MP investigou o caso e confirmou que a festa tradicional
gastará o valor de R$ 1,3 milhões somente com a contratação da banda de
Gusttavo Lima, isto sem contar as despesas com estrutura de palco, camarim,
iluminação, som, banheiros químicos e espaço para o público.
Também foi acionada a empresa Balada Eventos e Produções,
responsável pela contratação do artista Gusttavo Lima. O MP tentou acordo com o
município, mas sem êxito, por isso ajuizou a ação civil pública diante da
gravidade do caso.
Na ação, o Ministério Público requer que o município de Campo
Alegre de Lourdes não realize repasses de valores para a empresa de eventos,
bem como não realize qualquer outra contratação de artistas ou equipamentos e
estrutura para a realização da festividade.
Se aparelhos de sonorização já estiverem instalados, o pedido
é que a Justiça determine busca e apreensão das ferramentas junto com a
polícia, além da suspensão do fornecimento de energia elétrica em todos os
locais em que possa ser realizado os shows.
Por Correio24horas