Foto: Edu Mota/ Bahia Notícias
O Ministério da Justiça e
Segurança Pública do governo Lula já tem um novo titular. O ministro aposentado
do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, foi empossado nesta
quinta-feira (1º) no seu novo cargo, em cerimônia que chegou a parar o trânsito
em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília.
Diversos ministros do STF,
parlamentares, membros de tribunais superiores, ministros do governo federal, o
agora senador Flávio Dino, além dos ex-presidentes Josér Sarney e Fernando
Collor prestigiram a cerimônia. Dezenas de membros da magistratura também
compareceram à posse, assim como o presidente da Confederação Nacional da
Indústria (CNI), Ricardo Alban.
Junto ao presidente Lula estavam
a primeira-dama, Jana da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin com Lu
Alckmin, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, os presidentes do Senado,
Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do STF, Luís Roberto Barroso, e o procurador-geral
da República, Paulo Gonet. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não
compareceu ao evento.
Em seu discurso, o novo ministro
da Justiça disse estar “profundamente honrado” por ter sido indicado pelo
presidente Lula para chefiar a pasta da Justiça. Lewandowski destacou que o
Ministério da Justiça foi o primeiro criado no Brasil, ainda na época da
monarquia portuguesa.
Para Ricardo Lewandowski, o
principal desafio de sua gestão como ministro da Justiça será a segurança
pública. Ele reforçou que dará continuidade ao trabalho de Flávio Dino na
pasta. Dino ocupou o cargo nos últimos 13 meses, e em 22 de fevereiro assumirá
uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.
“Dedicaremos nossos melhores
esforços e daremos continuidade ao excelente trabalho executado pelo ministro
Flávio Dino e seus assessores. É nossa obrigação, e o povo brasileiro assim
espera, que o Ministério da Justiça dedique especial atenção a segurança
pública, que ao lado da saúde é uma das maiores preocupações da cidadania. Mas
é preciso compreender, todavia, que a violência e criminalidade que campeiam
entre nós não somos problemas novos, são mazelas que atravessam séculos da
nossa história”, afirmou que o ministro Lewandowski.
“Numa continuidade desse ciclo
perverso, a criminalidade e a violência continuam se nutrindo da exclusão
social, da miséria, da falta de saúde, educação, lazer, habitação e que,
infelizmente, ainda persistem no país, malgrados os intensos esforços do iminente
presidente Lula e sua equipe”, completou o ministro da Justiça.
No seu
pronunciamento, o presidente Lula disse que o crime organizado funciona no
Brasil como uma “indústria multinacional” com muito poder. Segundo Lula, o
crime organizado não é coisa de ‘uma favela, cidade ou Estado”, mas está em
todas as atividades do país, como na classe política, empresarial, no futebol e
no poder judiciário.
“O crime organizado é uma indústria multinacional de fazer
delitos internacionais e está em todas as atividades deste país. Tem muito
poder. Então Lewandowski, não apenas o teu trabalho de combater, mas o trabalho
de construir com outros países o enfrentamento a uma indústria do crime, roubo
do dinheiro público e de sofrimento da população mais pobre desse país”, disse
Lula, se dirigindo ao novo ministro.
No discurso, Lula afirmou que o novo ministro da
Justiça e Segurança Pública não precisa ter compromisso em manter na sua equipe
membros levados pelo ex-ministro Flávio Dino para a pasta. O presidente disse
que ele não dará palpite no time que o novo ministro está montando.
“Eu chamei o Lewandowski e disse: ‘Companheiro, a sua
equipe é você quem monta. Você não tem compromisso com ninguém que está lá do
Flávio Dino. O seu compromisso é montar a sua equipe, porque a partir da
montagem é que você vai responder pela glória dos acertos e pelo sofrimento dos
erros que cometer'”, afirmou Lula.
Em seguida, Lula pontuou que Dino “não seria o que foi se
não tivesse uma equipe competente”.
“Eu tenho certeza que quando terminar o nosso mandato, eu
estarei aqui nessa tribuna te agradecendo pelo serviço extraordinário que você
fez como ministro do nosso país”, completou o presidente.
Lula reiterou ainda que o governo não manda na Polícia
Federal, e destacou que em sua gestão não irá interferir na política de
segurança pública dos estados.
“Ninguém persegue ninguém. A Polícia Federal não persegue
ninguém. O governo federal não quer se intrometer na política de segurança nos
estados. O que queremos é construir com os governadores dos estados as
parcerias necessárias para que a gente possa ajudar a combater um crime que eu
não chamo de pequeno”, pontuou o presidente.