Deu chabu

 Lembram dos investimentos anunciados com pompa e circunstância para a produção de bauxita – matéria-prima para o alumínio – no interior da Bahia? O mais antigo deles é de 2010, da gigante anglo-australiana Rio Tinto Alcan. Prometia US$ 4 bilhões para exploração da substância mineral e a contrução de uma refinaria de alumina em Amargosa. Entre idas e vindas, passaram-se 13 anos, outros projetos foram anunciados, mas agora o Instituto Brasileiro da Mineração (Ibram) reduziu em US$ 3,1 bilhões as expectativas de investimentos na produção de bauxita entre 2024 e 2028. "Como este é um projeto que está parado há muito tempo, decidimos não considerar", diz Júlio Nery, diretor de sustentabilidade e assuntos regulatórios do Ibram. "Torcemos para que ele seja retomado", ressaltou ontem durante a apresentação dos dados consolidados da mineração em 2023. Como se diz por aqui, deu chabu. Outra queda registrada na Bahia aconteceu no faturamento, de 4,3%. Nacionalmente, houve uma retração de 0,7%.

Maior do Brasil

Sem a bauxita, o volume de investimentos previstos para a mineração baiana para os próximos cinco anos registrou queda de quase 12% em relação aos números apresentados um ano atrás. Ainda assim, espera-se do setor mineral na Bahia um volume de investimentos um pouco acima de US$ 9 bilhões – o equivalente a mais de R$ 45 bilhões. Boa parte disso se deve ao projeto da Bamin, para a produção de minério de ferro em Caetité, com a conclusão do trecho 1 da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) e a construção do Porto Sul. O complexo mineral e logístico foi apresentado diversas vezes ontem por integrantes do Ibram como o "maior investimento em curso" do Brasil. "A Bahia tem o maior projeto de mineração do Brasil, que é o da Bamin e este continua firme", ressaltou Nery.

 

Imposto do pecado

A indústria da mineração brasileira vai precisar superar "eventos extremos", diz o presidente do Ibram, Raul Jungmann. Por um lado, a previsão de investimentos no setor foi ampliada de US$ 50 bilhões para US$ 64,5 bilhões. "Este número é simplesmente extraordinário porque o mundo demanda mais minerais, principalmente aqueles críticos para superar a emergência climática", destacou. Por outro lado, acrescentou, a atividade está enquadrada entre as que serão sobretaxadas a partir da Reforma Tributária através do chamado imposto do pecado, a tributação seletiva que acresce em 1% a cobrança sobre determinados produtos. "Somos favoráveis a uma reforma tributária, mas enquadrar a mineração na tributação seletiva é um absurdo. Somos fundamentais para a transição energética", defendeu.

Crédito imobiliário

Apesar de uma redução de 14,6%, na comparação com o ano anterior, 2023 se consolida como o terceiro melhor ano da história do crédito imobiliário. De acordo com dados da Associação Brasileira de Entidades de Captação e Poupança (Abecip), foram movimentados R$ 153 bilhões de movimentação, considerando apenas os recursos de poupança. Para Antonio Carlos Oliveira, diretor executivo da ACT Assessoria, o ano de 2024 deve ser ainda melhor para o mercado. “Acreditamos que haverá redução dos juros do crédito imobiliário, o que levará mais gente a tomar financiamento”, projeta. Para ele, é preciso levar em conta a participação do mercado de capitais e os esforços de bancos e fintechs para trazer mais recursos do exterior para o mercado.

 

Blocos de rua

Consumir alimentos e bebidas nos blocos de rua é a intenção de 82% dos foliões de Salvador, de acordo com pesquisa do Mercado Pago, banco digital oficial do Carnaval de Rua em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

Festa do consumo

Uma pesquisa realizada pela Tim Ads entre os clientes pré-pagos indica que 58% deles pretendem gastar até R$ 1 mil durante o Carnaval.