Foto: Marcello Casal/Agência Brasil
A taxa de desocupação no Brasil
fechou o ano de 2023 em 7,8%, o menor patamar desde 2014, quando a taxa foi de
7%. Foi o que revelou na manhã desta quarta-feira (31) a PNAD Contínua do IBGE,
o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país.
De acordo com o IBGE, o número
final do ano passado foi puxado pelo aumento da população ocupada no país. A
taxa de desocupação verificada no 4º trimestre de 2023 fechou em 7,4%, com um
recuo de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre imediatamente anterior,
entre julho e setembro.
O resultado de 2023 confirma a
tendência já apresentada em 2022 de recuperação do mercado de trabalho após o
impacto da pandemia da Covid-19 em todo o país. O índice de 7,8% representa uma
retração de 1,8% frente ao que foi apurado no ano de 2022, quando a taxa de
desocupação marcou 9,6%.
Os números da PNAD Contínua
mostram que houve queda na população desocupada média de 2022 para 2023:
redução de 17,6%, chegando a 8,5 milhões de pessoas no final do ano passado.
Por outro lado, população ocupada média voltou a bater o recorde da série e chegou
a 100,7 milhões de pessoas em 2023, crescimento de 1,1% (mais 1,1 milhão de
pessoas) na comparação com o trimestre anterior e 3,8% acima do resultado de
2022.
Em relação à média de pessoas
ocupadas no Brasil quando foi iniciada a série histórica da PNAD Contínua em
2012 (89,7 milhões de pessoas), o resultado de 2023 representa um aumento de
12,3%. O nível médio da ocupação (percentual de ocupados na população brasileira
em idade de trabalhar) também cresceu e chegou a 57,6% em 2023, 1,6% a mais que
em 2022 (56,0%).
“A queda da taxa de desocupação
ocorreu fundamentalmente por uma expansão significativa da população ocupada,
ou seja, do número de pessoas trabalhando, chegando ao recorde da série,
iniciada em 2012”, explica a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios
do IBGE, Adriana Beringuy.
“Destaca-se, ainda, o aumento do
número de carteira assinada, que chega ao seu maior nível da série”,
complementa Adriana. Segundo o IBGE, o número de empregados com carteira de
trabalho no setor privado (exclusive trabalhadores domésticos) teve alta de 1,6%
no trimestre e de 3% no ano, chegando ao ápice da série da PNAD Contínua:
37,973 milhões.
O contingente anual de
empregados sem carteira assinada no setor privado também mostrou aumento, de
5,9%, chegando a 13,4 milhões de pessoas, outro número que é o maior desde o
início da série histórica. A pesquisa também mostra que o número de trabalhadores
domésticos cresceu 6,2%, chegando a 6,1 milhões de pessoas.
A taxa anual de informalidade
passou de 39,4% para 39,2% enquanto a estimativa da população desalentada
diminuiu 12,4%, alcançando 3,7 milhões de pessoas.
A PNAD Contínua revela ainda que
o valor anual do rendimento real habitual foi estimado em R$ 2.979, um aumento
de 7,2% (ou R$199) na comparação com 2022. O resultado chega perto do maior
patamar da série, em 2014 (R$ 2.989).
Já o valor anual da massa de
rendimento real habitual chegou a R$ 295,6 bilhões, o maior desde o início da
série histórica da pesquisa, com alta de 11,7% (mais R$ 30,9 bilhões) em
relação a 2022.