Elon Musk, CEO da Tesla | Foto: Divulgação
A primeira pessoa a receber um
implante cerebral da empresa de Elon Musk Neuralink se recupera bem, segundo
anúncio do bilionário no X (ex-Twitter) nesta segunda-feira (29).
"Os resultados iniciais
mostram sinais promissores de atividade neural", escreveu Musk, que criou
a startup de chips em 2017. Os primeiros testes são feitos em pacientes com
paralisia cerebral.
Desde 2019, o também dono de
Tesla e X afirmava que planejava testar a tecnologia da Neuralink em humanos.
A empresa de tecnologia, porém,
recebeu permissão da FDA (agência reguladora de medicamentos e alimentos nos
EUA) para iniciar o recrutamento para o primeiro teste em humanos apenas no
último 19 de setembro.
O estudo agora em curso tem foco
em pessoas com paralisia causada por lesão da medula espinhal cervical ou ELA
(esclerose lateral amiotrófica).
A startup não revelou quantos
participantes participarão do experimento, que levará cerca de seis anos para
ser concluído.
O estudo usa um robô para
colocar cirurgicamente um implante de interface cérebro-máquina (BCI, na sigla
em inglês) em uma região do cérebro que controla a intenção de se mover, disse
a Neuralink.
O objetivo inicial, segundo a
empresa, é permitir que as pessoas controlem um cursor ou teclado de computador
usando apenas seus pensamentos.
A tecnologia da Neuralink tem
inspiração nos estudos sobre a interface cérebro-máquina do neurocientista
brasileiro Miguel Nicolelis, que conseguiu ligar o cérebro de macacos do gênero
Rhesus a computadores.
Durante a abertura da Copa de
2014, na capital paulista, um cadeirante conseguiu chutar uma bola na Neo
Química Arena, em Itaquera, com o auxílio de um equipamento desenvolvido por
Nicolelis.
Não se sabe a que tamanho de
amostra a FDA permitiu nos estudos da Neuralink. De acordo com a agência
Reuters, a startup de Musk planejava iniciar os trabalhos com dez pessoas.
A Neuralink levantou US$ 323
milhões (R$ 1,59 bilhão) em duas rodadas de investimento realizadas no segundo
semestre do ano passado.