Foto: Marcelo Camargo / Agência
Brasil
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) alertou para o aumento de casos de sarampo no mundo e reforçou a
importância da vacinação para prevenir a disseminação da doença.
“Os casos de sarampo estão
aumentando. É uma das doenças mais transmissíveis. Se uma pessoa se contamina,
quase todos ao seu redor vão pegar o vírus, se não estiverem vacinados. Para
proteger sua criança, garanta que as vacinas estejam em dia.”
Nas últimas semanas, países como
México, Estados Unidos, Reino Unido e Portugal emitiram alertas após a
confirmação de casos, com o óbito de uma criança de 19 meses na província de
Salta, na Argentina.
No Brasil, o Centro de
Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul emitiu um alerta após confirmar um
caso importado de sarampo no estado. O paciente é um menino de 3 anos que
chegou ao município de Rio Grande no dia 27 de dezembro, procedente do
Paquistão, país com circulação endêmica da doença.
Diante da confirmação, a
Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul reforçou, em nota, a recomendação de
aplicação da vacina tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba), oferecida
gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças a partir de 1 ano
e até os 59 anos, conforme calendário nacional de vacinação.
“Com a suspeita, foi realizado
bloqueio vacinal seletivo nos familiares, vizinhos e profissionais da saúde. A
criança está bem e seus familiares não apresentaram sintomas. O município segue
monitorando atendimentos por febre, exantema e tosse ou coriza ou conjuntivite,
sem identificação de caso suspeito.”
O esquema vacinal completo do
sarampo consiste em duas doses até os 29 anos, ou uma dose para adultos de 30 a
59 anos. Em crianças, a vacinação deve ocorrer aos 12 e aos 15 meses.
Profissionais de saúde devem receber duas doses, independentemente da idade. Em
situações de bloqueio vacinal, a imunização seletiva é recomendada para todos
com idade acima de 6 meses.
À Agência Brasil, o
vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri,
lembrou que o sarampo era uma doença controlada no Brasil até 2016, quando o
país recebeu a certificação de eliminação do vírus em território nacional. Após
um grande surto da doença em 2017 e em 2018, com mais de 40 mil casos
registrados, o Brasil perdeu a certificação e voltou a ser um país endêmico,
onde o sarampo circula livremente.
“Estamos sem registro de casos
desde junho de 2022, em busca da recertificação dessa eliminação. Ainda falta
melhorar nossas coberturas vacinais, alguns indicadores de vigilância. Já
recebemos um status não de país endêmico, mas de país com pendência de recertificação
pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em novembro de 2023.”
Segundo Kfouri, o que causa
preocupação é o aumento recente no número de casos da doença em diversos
países. Ao comentar o caso da criança proveniente do Paquistão, o especialista
avaliou que o alerta do governo gaúcho é válido.
“É um caso importado,
obviamente, não adquirido aqui no nosso território, mas que nos traz esse
alerta. Primeiro, da importância da vigilância, de estarmos atentos a qualquer
caso suspeito, importado, para que a entrada de um caso aqui não se multiplique
e não se torne outros casos secundários, uma cadeia de transmissão e um novo
surto.”