Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O governo do presidente Lula
(PT) vai se reunir na tarde desta quarta-feira (24) com executivos das três
companhias aéreas brasileiras, Gol, Latam e Azul, para discutir a crise no
setor.
O encontro será no Palácio do
Planalto, coordenado pelo ministro Rui Costa (Casa Civil), com Silvio Costa
Filho (Portos e Aeroportos) e um representante da Petrobras, segundo relatos.
Não há, segundo auxiliares palacianos, expectativa de anúncio nesta quarta.
As companhias têm se queixado de
uma crise nos caixas que se arrasta desde a pandemia da Covid-19, quando
perderam recursos e o então governo Jair Bolsonaro (PL) não elaborou um
programa de auxílio para elas.
Outra queixa tem sido o preço do
querosene, combustível utilizado pelos aviões. O governo, contudo, diz que já
houve no final do ano passado queda no valor e que não seria possível descer
"na marra".
Uma das possibilidades na mesa
do governo é avaliar como está a margem de lucro das distribuidoras nos
aeroportos, onde as aeronaves são abastecidas, para checar se há alguma
distorção. Segundo relatos, está sendo feito um levantamento sobre isso.
Como mostrou a coluna Painel
S.A, a Gol cogita pedir recuperação judicial nos Estados Unidos. Pessoas que
participam das conversas afirmam que aderir ao Capítulo 11 da lei
norte-americana de falências é mais vantajoso do que pedir recuperação judicial
no Brasil. Abririam-se, por exemplo, mais possibilidades de financiamento no
exterior.
Segundo integrantes do governo,
não há prejuízo para eventual ajuda do Executivo caso a empresa declare
recuperação judicial, mas temem que isso possa desencadear um efeito cascata,
acabando com a capacidade de crédito das companhias.
Na terça-feira (23), Silvio
Costa Filho disse que haveria reunião do governo para discutir o plano de
socorro às empresas.
Costa Filho responsabilizou o
governo Bolsonaro por não ter oferecido auxílio para as aéreas, em particular
durante a pandemia.
Dentre as medidas que o governo
avalia estão a redução do querosene para aviação e a concessão de créditos, por
meio do BNDES e do Fnac (Fundo Nacional de Aviação Civil).
O ministro também criticou a
grande judicialização do setor aéreo no Brasil, como uma das razões das
dificuldades do setor. Disse que 70% dessas judicializações estão no Brasil e
apontou que que essas empresas pagam cerca de R$ 1 bilhão.