Foto:
Marcelo Camargo / Agência Brasil
Na entrevista que concedeu na manhã desta terça-feira (23) ao
apresentador Mário Kertész, da rádio Metrópole FM, o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) defendeu a participação da primeira-dama, Janja da Silva, no
dia a dia da política e das decisões do governo federal. Lula disse que Janja é
o seu “farol”, e leva a ele informações diferenciadas das fornecidas por sua
assessoria.
“A Janja é o meu farol, aquele farol que guia. Quando tem coisa errada,
ela me chama a atenção. Quando tem alguma coisa no jornal errada, ela me chama
a atenção. Quando tem alguma coisa na rede, ela me chama a atenção”, afirmou.
Segundo o presidente, a primeira-dama vive a política 24 horas por dia,
e dá sugestões a ele em assuntos como a melhor roupa para se apresentar nas
solenidades ou temas ligados a meio ambiente e área social.
“Ela levanta de manhã e está preocupada com a camisa que eu uso, com meu
rosto, com meu cabelo. É muito bom. E depois, ela é preocupada com a política.
Ela vive a política 24 horas por dia. Ela é muito interessada na questão
social, ambiental, da sustentabilidade”, revelou Lula.
Para o presidente, justamente por ser sua esposa e uma pessoa com
intensa participação política e principalmente na luta pelo fortalecimento da
representatividade feminina, ela tem que falar com ele sobre ideias e ações de
governo.
“Você não tem noção de como ela me cobra quando o Stuckinha [Ricardo
Stuckert, fotógrafo de Lula] tira uma fotografia minha e só tem homens. Quando
ela vê a foto, fica horrorizada: ‘por que só tinha homem?’. E às vezes a
maioria é homem mesmo, fazer o quê?”, brincou o presidente Lula.
Janja, uma socióloga de 56 anos, é bombardeada por críticas desde que se
casou com Lula. Na posição de primeira-dama, tem sido uma das figuras ligadas
ao presidente mais atacadas em redes sociais. Assessores que transitam no
Palácio do Planalto, em conversas reservadas com jornalistas, afirmam que a
primeira-dama se excede e ultrapassa os limites da sua função pública.
Como ficou demonstrado na entrevista, o presidente Lula ignora as
críticas sobre sua esposa, e defende de forma enfática a presença dela no dia a
dia do governo. “Às vezes ela fala coisas para mim que a minha assessoria não
fala. E isso, obviamente, me ajuda”, conclui.