Pela primeira
vez, um urso polar morreu de gripe aviária no mundo. O corpo encontrado em
dezembro de 2023 no Alasca acendeu um alerta para especialistas: a H5N1 evoluiu
o suficiente para infectar mamíferos, incluindo
humanos, e pode estar sofrendo mutações para se
tornar mais mortal.
Em humanos
diagnosticados até agora, a
H5N1 sempre gerou formas assintomáticas da infecção ou sintomas
leves, mas para o biólogo Alastair Ward, da Universidade de Leeds, no Reino
Unido, o urso encontrado representa um problema.
“Os vírus da gripe são altamente adaptáveis e observamos
mudanças genéticas muito específicas para que o H5N1 se adapte aos hospedeiros
mamíferos”, indica ele em artigo publicado na plataforma de divulgação
científica The
Conversation.
O especialista elaborou uma lista de mamíferos que já foram infectados
pelo H5N1 e indicou que os animais carnívoros têm tido uma
maior quantidade de infecções graves e mortes. Para ele, este pode ser um sinal
de que o vírus está sendo transmitido por aves que serviram de alimento para
estes animais.
Ward sugere que o futuro de várias espécies (incluindo dos ursos
polares, que já são ameaçados de extinção), está ligado aos exames genéticos
que estão sendo feitos no corpo do animal encontrado.
“Devemos esperar que o H5N1 encontrado no corpo não tenha
grandes mudanças, mas também parece provável que a lista de mamíferos afetados
continue a crescer, mas de forma lenta e entre carnívoros necrófagos em
particular, mas precisamos vigiar constantemente este vírus”, diz o biólogo.
Por Metropoles