Economia Crédito: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
As exportações brasileiras de bens industriais para
os EUA atingiram um recorde de US$ 29,9 bilhões em 2023, segundo dados do
"Monitor de Comércio", da Amcham Brasil. O valor reflete a qualidade
das trocas entre os dois países, com "expressiva diversificação,
intensidade tecnológica e agregação de valor", analisa Abrão Neto, CEO da
Amcham Brasil.
Aos Estados Unidos, são exportados diferentes tipos
de produtos, que vão, por exemplo, de suco de laranja, celulose e itens da
construção civil a aeronaves e suas partes, motores e máquinas elétricas.
Em nota, a Amcham aponta que o déficit comercial do
Brasil com os EUA caiu 92,1%, passando de US$ 13,9 bilhões em 2022 para US$ 1,1
bilhão em 2023, constituindo, dessa forma, o menor saldo negativo desde 2017.
Neto destaca ainda que o comércio Brasil-EUA
demonstra a importância da relação bilateral, em contexto no qual o Brasil tem
"priorizado objetivos como a neoindustrialização, maior participação de
produtos industriais na pauta exportadora e atração de investimentos
produtivos".
A pesquisa aponta que os EUA são o destino de 16,9%
das vendas externas da indústria de transformação brasileira, o que coloca o
país como principal mercado nesse segmento, à frente da União Europeia (US$
23,6 bilhões) e do Mercosul (US$ 19,4 bilhões).
Perspectivas para 2024
Para 2024, deve haver um ligeiro aumento no
comércio Brasil-EUA, com um crescimento previsto para as economias e também
para as importações dos países, segundo projeta a Amcham, "mesmo que em
baixa intensidade". Estabilização dos preços internacionais, demanda
crescente nos setores industrial e de construção civil norte-americanos são
fatores que enquadram a perspectiva para o ano, acrescenta a entidade.
O período também marca o aniversário de 200 anos
das relações diplomáticas entre os dois países, o que "oferece um contexto
emblemático para lançar as bases de um novo ciclo para o aprofundamento da
integração bilateral", destaca o CEO da Amcham Brasil.