Foto: Divulgação / Polícia Militar de SC
A morte dos quatro jovens
encontrados em uma BMW no dia 1° de janeiro em Balneário Camboriú, em Santa
Catarina, foi causada por intoxicação provocada por vazamento de monóxido de
carbono do veículo.
Técnicos da Polícia Científica
confirmaram que o sistema de escapamento da BMW havia sido adulterado, o que
provocou o vazamento do gás tóxico para o interior do veículo. O anúncio foi
feito em entrevista coletiva concedida hoje (11).
A perícia não localizou drogas
nem bebidas no carro, assim como uso de entorpecentes pelas vítimas. Todos
morreram por asfixia pelo monóxido de carbono.
Medições realizadas no interior
do automóvel detectaram concentrações de, no mínimo, 1.000 ppm (partículas por
milhão) de monóxido de carbono. Para se ter uma ideia, a leitura em um carro
sem adulteração é de 20 a 30 ppm, direto na saída do escapamento.
Essa concentração, de 1.000 ppm,
é suficiente para provocar inconsciência e levar à morte em um período entre
uma e duas horas. Como no equipamento utilizado a medição só vai até 1.000 ppm,
é possível que a concentração de gás tóxico dentro do veículo fosse ainda
maior. Com 2.000 ppm, a inconsciência e a morte podem ocorrer após três a 15
minutos de exposição.
Segundo a polícia, a modificação
que trocou o catalizador do escapamento por um downpipe foi feita em Aparecida
de Goiânia, em Goiás. O downpipe proporciona maior vazão do fluxo de gases,
aumentando a rotação da turbina e assim conseguindo gerar mais potência para o
carro.
Os mecânicos da oficina ainda
serão ouvidos pela polícia, que acredita que a customização foi feita de forma
"caseira". No momento, trabalha-se com a hipótese de indiciamento por
homicídio culposo.
JOVENS MORRERAM ASIXIADOS
As vítimas ficaram entre três e
quatro horas na rodoviária de Balneário Camboriú. Os quatro foram ao local para
buscar a namorada de um deles, que vinha de ônibus de Minas Gerais.
Namorada disse que grupo que a
esperava relatou enjoos e tonturas. Segundo ela, as vítimas decidiram ficar
dentro do carro até que se sentissem melhor. Nesse período, eles ficaram o
tempo todo com o ar-condicionado ligado.
QUEM ERAM AS VÍTIMAS
Os quatro mortos eram de Minas
Gerais. Eles estavam morando em São José, na grande Florianópolis, há cerca de
um mês.
As vítimas foram identificadas
como Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Tiago de Lima Ribeiro, 21,
Karla Aparecida dos Santos, 19, e Nicolas Kovaleski, 16 anos.