A Corte Internacional de Justiça, em Haia, iniciou nesta quinta-feira (11) o julgamento de Israel, acusado pela África do Sul de cometer genocídio contra os palestinos na Faixa de Gaza, desde a intensificação do conflito com o grupo Hamas, no dia 7 de outubro de 2023. 

O processo cita que 70% dos mortos em Gaza são mulheres e crianças e detalha os bombardeios israelenses com bombas não guiadas, além de restrições ao acesso a água, comida, luz e remédios. Na quarta-feira (10), o governo brasileiro declarou apoio à acusação, horas após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunir com o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben.

Esta é a primeira vez que Israel enfrenta esse tipo de acusação na Corte. Embora o julgamento não tenha data prevista de finalização, podendo levar de cinco a dez anos para uma tomada de decisão, a África do Sul solicitou ao Tribunal algumas medidas cautelares, que variam desde a exigência de um cessar-fogo até a entrada de mais ajuda humanitária.

Nesta sexta-feira (12), no Tribunal, Israel classificou as acusações como "grosseiramente distorcidas”. “O Hamas busca o genocídio contra Israel”, disse ao tribunal o consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Tal Becker.

Ainda na sessão os advogados de Israel disseram que os ataques a Gaza são uma ação de autodefesa. Após as audiências desta semana, a Corte de Haia deve se pronunciar até no fim de janeiro sobre se Israel deve interromper temporariamente as ações militares em Gaza. Neste caso, caberá ao Conselho de Segurança da ONU determinar a aplicação da determinação.


Foto: Michel Porro/Getty Images

Por: Metro1 no dia 12 de janeiro de 2024 às 09:24