O número de fuzis apreendidos na Bahia em 2023 mais que
dobrou na comparação com o ano anterior. Os policiais conseguiram capturar 52
armas desse tipo das mãos dos bandidos, no ano passado, frente a 22 localizados
em 2022. Em julho, o Anuário Brasileiro da Segurança Pública apontou a Bahia
como o segundo estado mais violento do país. Foram apreendidas cerca de 6 mil
armas e 18 mil pessoas foram presas.
Nesta quarta-feira (10), o titular da Secretaria Pública da
Segurança (SSP), Marcelo Werner, apresentou o balanço das ocorrências policiais
registradas na Bahia, em 2023. Ele explicou que o crescimento nas apreensões
revela duas coisas: a intensificação do trabalho dos policiais e de
investigação, e o nível de armamento dos crimnosos. Ele também destacou a
importância do trabalho conjunto entre as policiais Civil, Militar e Federal
nas operações de desarticulação das quadrilhas.
"É um record histórico 54 fuzis apreendidos. No ano de
2022 foram 22 fuzis. Isso ocorreu por conta do aumento das nossas ações
investigativas e preventivas, mas também o aumento da beligerância das
organizações criminosas. Conseguimos através do trabalho de inteligência e das
forças de segurança fazer essa apreensão significativa", disse.
No total, foram apreendidas cerca de 6 mil armas, ou 17,5% a
mais que em 2022, e 18.530 pessoas foram presas, ou 3,92% a mais que no ano
anterior. A média foi de 49 prisões por dia. Dentre os presos ou mortos, 33 são
líderes de facções, sendo que oito integravam o Baralho do Crime, ferramenta
criada pela SSP que reúne os bandidos mais perigosos e procurados do estado.
A delegada geral da Polícia Civil, Heloísa Brito, disse que o
resultado foi fruto da investigação. "Quando tiramos esse indivídou do
contato com a sociedade trazemos mais traqulidade, porque trabalhamos com
alguns fatores. Além da prisão dele, nós pedimos o bloqueio dos bens para que
ele não tenha o poder econômnico para comprar as drogas e as armas, e fazemos a
apreensão do armamento", afirmou.
Em 2023, a polícia apreendeu 11,9 toneladas de drogas,
destruiu cerca de 1 milhão de pés de maconha e desarticulou 18 laboratórios de
produção de drogas. Dentre as mortes violentas, os casos de lesão corporal
seguida de morte saltaram de 63 para 84 vítimas, aumento de 33,3%.
No total, 4.599 pessoas foram assassinadas no estado, no ano
passado, mas os homicídios reduziram 6,3% na comparação com 2022. Foram
contabilizados 105 feminicídios, dois a menos que no ano anterior, e ocorreram
67 casos de latrocínio, 20 a menos que em 2022.
Em julho, o Anuário Brasileiro da Segurança Pública revelou
que a Bahia estava no topo do ranking nacional da violência. Os dados eram de
ocorrências registradas em 2022. Das cinco cidades com as maiores taxas de
mortes violentas, quatro são baianas. Entre as dez, tem seis. Se o recorte for
ampliado para 25, são 12, cerca de metade da lista. O estado é também o líder
em números absoluto de homicídios, à frente do Rio e de São Paulo.