Foto: Agência Brasil
O ano de 2023 foi o mais quente
já registrado no Brasil, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).
De acordo com o órgão oficial da previsão do tempo no país, a média do ano
passado chegou a 24,92°C, superando 2015 e 2019.
A média de temperatura do Brasil
é 24,23°C, segundo a série histórica do instituto, iniciada em 1961. Também no
ano passado foi registrada a máxima histórica do país, de 44,8°C, em Araçuaí,
Minas Gerais. A marca foi atingida em novembro, no último dia da oitava onda de
calor a atingir o Brasil em 2023.
O ano passado foi marcado por
extremos de chuva, como em São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, secas
históricas na Amazônia e sucessivas ondas de calor, que podem dar o tom do
verão em parte do país neste ano.
A situação, no entanto, não é
restrita ao Brasil. O observatório Copernicus, da Agência Espacial Europeia,
afirmou nesta terça-feira (9) que 2023 foi o ano mais quente desde o começo da
série histórica, em 1850.
Com temperaturas
excepcionalmente altas em diversos pontos do planeta, inclusive nos oceanos, o
ano passado registrou média global de 14,98°C, superando em 0,17°C o recordista
anterior, 2016.
O ano passado foi também o
primeiro em que todos os dias superaram em 1°C os níveis pré-industriais
(1850-1900). Em novembro, pela primeira vez na séria histórica, houve dois dias
em que os valores foram superiores em 2ºC.
Com meses de temperaturas muito
mais altas do que a média, antes mesmo de dezembro chegar, pesquisadores já
vinham apontando que 2023 seria o mais quente dos últimos 125 mil anos.
Com registros nas três primeiras
semanas daquele mês cerca de 1°C acima da média histórica para o período, as
previsões ganharam mais força.
Além disso, uma análise
publicada no final de novembro pela OMM (Organização Meteorológica Mundial)
indicava que o ano atual deveria registrar uma média de temperatura 1,4°C acima
dos níveis pré-industriais –somando-se a "uma cacofonia ensurdecedora"
de recordes climáticos quebrados.
2024 PODE SER UM DOS ANOS MAIS
QUENTES DA HISTÓRIA
A combinação de oceanos e
planeta mais quentes com os efeitos do El Niño pode causar ondas de calor e
possíveis recordes de temperatura neste verão. É nessa toada que seguirá o
clima no primeiro de 2024 no Brasil, cada vez mais sujeito a efeitos da mudança
climática.
Embora as análises
meteorológicas não tenham alcance para além do primeiro semestre, a chance de
um arrefecimento do El Niño, caracterizado pelo aquecimento acima da média das
águas do oceano Pacífico equatorial, poderia ajudar numa trégua.