Após o Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendar à prefeitura de Salvador mudanças para a organização do Carnaval de 2024 realizado no Santo Antônio Além do Carmo, o Secretário Municipal de Cultura, Pedro Tourinho, garantiu que as programações da folia no bairro acontecerão seguindo as orientações do órgão. Em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (8), Tourinho explicou que agora o Carnaval do Carmo vai contar com controle de acesso e limite para entrada no local.
“Fizemos reunião com todos os blocos nos últimos 15 dias, com o Ministério Público da Bahia, com os outros órgão da prefeitura e conseguimos viabilizar o Carnaval do Carmo. Vai acontecer de acordo com todas as orientações do MP”, afirmou.
De acordo com o secretário, entre as mudanças negociadas está um controle de acesso ao bairro, feito com apoio da Polícia Militar da Bahia. “Isso significa que tem limite para entrar, como foi no Natal do Pelourinho e como era no Carnaval. Se chegar ao limite, vai parar, como era o Carnaval [a entrada de foliões]”, explicou Tourinho.
Outra medida para a viabilização do Carnaval do Carmo foi a proibição de garrafas de vidro. E ainda segundo o secretário, houve também a negociação com os blocos que irão desfilar para que substituíssem micro e minitrios por nanotrios. O número de banheiros químicos também deve aumentar, após uma negociação com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para que fosse permitido a instalação de mais estruturas na região, que conta com diversos prédios históricos.
Em dezembro, o MP-BA enviou um parecer com sugestões relacionadas aos trajetos, cumprimento de horários, limites sonoros e lixo produzido durante a festa. No documento, o órgão chega a citar a redução do número de participantes dos blocos. O Carnaval no bairro é alvo de discordância por parte dos moradores há muitos anos. Eles reclamam do inesperado crescimento da folia no local, que é considerado patrimônio mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Confira a entrevista:
Foto: Metropress/Felipe Aguiar
