Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Pesquisa Quaest divulgada pela Folha de S.Paulo neste domingo (7) revela
que, um ano após os ataques antidemocráticos realizados em Brasília no dia 8 de
janeiro de 2023, 89% dos brasileiros reprovam a depredação ocorrida naquele
dia. De acordo com a pesquisa, apenas 6% disseram aprovar a ação executada por
apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que não aceitavam o resultado
das eleições de 2022.
No dia 8 de janeiro de 2023, um grupo de cerca de cinco mil
manifestantes, insatisfeitos com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, invadiu as sedes dos três Poderes da República. Os prédios do Congresso
Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto foram
vandalizados quase ao mesmo tempo. Os manifestantes deixaram um rastro de
destruição por onde passaram.
Ao longo do ano de 2023, houve uma queda na quantidade de pessoas que
repudiaram os atos de 8 de janeiro. No primeiro levantamento realizado pelo
instituto Quaest sobre o tema, 94% desaprovaram as manifestações e apenas 4%
aprovaram (a desaprovação caiu para 89% e a aprovação subiu para 6%).
Os números da desaprovação aos atos de vandalismo em Brasília caíram
principalmente devido ao aumento da aprovação do 8 de janeiro em meio aos
eleitores de Jair Bolsonaro. De acordo com a pesquisa, para os brasileiros que
afirmam terem votado em Bolsonaro, a reprovação à destruição é de 85%, contra
11% que aprovaram as manifestações e seus resultados. Já entre os eleitores de
Lula, 94% desaprovam os ataques e 4% os aprovam.
Perguntados pelo instituto Quaest sobre a influência de Jair Bolsonaro
na organização dos atos antidemocráticos, 47% afirmaram que ele influenciou o 8
de janeiro, contra 43% que pensam o contrário (10% não souberam responder). Na
pesquisa divulgada em fevereiro do ano passado, esses números eram de 51% que
viram influência de Bolsonaro e 38% que não fizeram essa associação.
Para 51% dos entrevistados pelo Quaest, os envolvidos nos atos de 8 de
Janeiro são radicais e não representam os eleitores do ex-presidente, enquanto
37% afirmaram que os responsáveis pela destruição representam os eleitores de
Jair Bolsonaro. Já 13% não souberam ou não quiseram dar uma resposta.
O percentual dos que reprovam o vandalismo ocorrido no início de 2023 é
semelhante em todas as regiões do país: Nordeste (91%), Sudeste (89%), Sul
(87%) e Centro-Oeste e Norte (90%). Os números também ficam em torno dos 90%
nos recortes por escolaridade, renda e faixa etária.
A pesquisa Genial/Quaest foi realizada de 14 a 18 de dezembro, com 2.012
entrevistas em todo o Brasil. Os entrevistados tinham 16 anos ou mais. A margem
de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais e para menos.