O governo
Lula (PT) emitiu uma nota nesta sexta-feira (29) direcionada à Venezuela e à
Guiana em que "conclama à contenção, ao retorno do diálogo e ao
respeito". O texto foi divulgado após o presidente venezuelano, Nicolás
Maduro, romper a trégua acordada com o país vizinho e mobilizar militares, em
resposto ao envio de um navio de guerra britânico à costa guianense.
As duas nações estão em crise, e a Venezuela
chegou a ameaçar invadir o país vizinho. Caracas reivindica a soberania de
Essequibo, região que compreende dois terços do território guianense e que
possui riquezas minerais, além da recente exploração de petróleo.
O texto divulgado pelo Itamaraty pede que
seja respeitada a declaração de Argyle, documento assinado pelos dois países no
último dia 14, em encontro no arquipélago de São Vicente e Granadinas que fixou
o compromisso de não utilização da força.
O governo brasileiro afirma que a declaração
é um "um marco nos esforços para abordar pacificamente a questão, tendo em
mente o espírito de integração que nos move, como uma região de paz, cooperação
e solidariedade".
"Os dois países concordaram, ademais,
em cooperar para evitar incidentes no terreno e medidas unilaterais que possam
levar a uma escalada da situação", diz o texto.
Na quinta-feira (28), a Venezuela rompeu a
trégua acordada na declaração, e mais de 5.600 militares iniciaram exercícios
militares por ordem de Maduro.
A medida foi uma resposta ao envio do navio
de guerra britânico HMS Trent à Guiana --sua chegada estava prevista para esta
sexta-feira (29), segundo um integrante da chancelaria guianense.
A disputa por Essequibo é centenária e foi
reavivada no início de dezembro, quando o regime chavista convocou a população
a votar pela anexação da região em um plebiscito e reacendeu o temor de
enfrentamentos militares.