Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Na tarde desta quarta-feira (27), o Ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Gilmar Mendes, aceitou a Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI), acionada pelo PCdoB, que defende a recondução de
Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF, e pediu urgência na
manifestação do Governo Lula e do MPF (Ministério Público Federal), que irão
opinar sobre o caso em até cinco dias para depois Gilmar Mendes tomar a sua
decisão.
"Considerando a relevância da matéria em análise: 1) requisitem-se,
com urgência, informações, a serem prestadas no prazo de 5 dias; e 2) após,
remetam-se os autos, sucessivamente, ao Advogado-Geral da União e ao
Procurador-Geral da República, para que se manifestem no prazo de 3 dias",
diz o despacho assinado pelo Ministro Gilmar Mendes.
Atualmente, o cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol
é ocupado por um interventor, José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de
Justiça Desportiva (STJD).
Na ação, o PCdoB citou o caso da CBF como um exemplo de interferência
judicial indevida em entidades desportivas. O partido alega que houve violação
à Constituição na decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que
anulou o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a CBF e o Ministério
Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) com regras eleitorais na confederação.
Realizado em março de 2022, o pleito foi vencido por Ednaldo que assumiu a
presidência. O argumento é que o TJ-RJ afrontou o artigo da Constituição que
prevê autonomia das entidades do esporte.
Ainda na ação, o partido aponta o risco de possíveis punições aplicadas
pela Fifa e Conmebol por conta da interferência na presidência da CBF. As duas
entidades enviarão representantes para acompanhar o processo de intervenção e
não querem que novas eleições sejam realizadas antes disso.
Ednaldo Rodrigues está afastado da presidência da CBF desde o dia 7 de
dezembro e o interventor, José Perdiz, tem prazo de 30 dias para convocar novas
eleições.