Foto: Divulgação / Real Madrid
A seleção brasileira teve um
2023 de maus resultados, no geral, técnicos interinos e incerteza sobre o
futuro. O cenário ficou tão caótico que não dá para dizer, com precisão, quem
tem autoridade para tomar as principais decisões.
QUAL O CENÁRIO
Mesmo sabendo que Tite sairia
após a Copa de 2022, a CBF optou por não contratar para já um técnico
definitivo. A meta sempre foi Carlo Ancelotti, embora ele tenha contrato com o
Real Madrid até 30 de junho de 2024.
Atualmente, Fernando Diniz ainda
é o técnico da seleção por causa de um contrato que vai até 5 de julho de 2024.
Ele divide as atenções e o tempo com o Fluminense.
Diniz só chegou à equipe após
três amistosos do Brasil sob o comando do interino Ramon Menezes, técnico da
sub-20. Foram duas derrotas para Marrocos e Senegal e a vitória sobre Guiné.
Mas esse vínculo de Diniz foi
firmado durante a gestão Ednaldo Rodrigues, que foi deposto da presidência da
CBF por decisão judicial.
O chamado a Diniz veio com o
intuito de que ele fosse um temporário até a chegada de Ancelotti, em junho de
2024. O técnico do Real Madrid, no entanto, nunca disse publicamente que viria.
Ednaldo está fora do cargo e não
há certeza se o acordo com o italiano segue em pé. O então presidente
dificilmente deve ganhar a nova eleição da CBF.
Em campo, o Brasil terminou o
ano em sexto lugar nas Eliminatórias para a Copa de 2026. Ganhou de Bolívia e
Peru, empatou com a Venezuela e engatou derrotas para Uruguai, Colômbia e
Argentina.
Ao todo, a seleção teve 37% de
aproveitamento em 2023, o pior número da equipe neste século.
CRISE NO MOMENTO
A seleção brasileira tentou
apresentar uma nova forma de jogar, motivada pelas ideias de Diniz. Mas a falta
de treinos foi um problema e o time perdeu a consistência.
No meio disso tudo, Neymar ainda
se machucou e ficará fora por pelo menos nove meses. Nomes como Vini Jr e
Rodrygo não conseguiram fazer a diferença, no geral. Os problemas na engrenagem
também atrapalharam os novatos, como Endrick.
A crise na seleção, inclusive,
foi a brecha usada pela oposição para criar um movimento mais robusto contra
Ednaldo. Na Justiça, veio a decisão que os adversários do dirigente queriam: a
eleição dele foi invalidada.
Agora, Ednaldo luta para ver se
ainda tem viabilidade política a ponto de conseguir lançar candidatura na
eleição que deve ocorrer em janeiro. A questão é que o movimento mais recente
dele mostra enfraquecimento da articulação, tanto que sinalizou aceitar ser
vice-presidente de uma chapa que pode ser encabeçada por Gustavo Feijó ou
Flávio Zveiter.
Feijó foi vice da CBF na gestão
passada, ao lado de Ednaldo, e era quem fazia a interface com a seleção. Mas os
dois brigaram. Já Zveiter foi vice-presidente de projetos especiais da CBF,
também na gestão Ednaldo, mas pediu demissão por entender que o cartola não
levava suas ideias adiante.
Até as novas eleições, a CBF
está sob a presidência de José Perdiz, que se licenciou do comando do STJD
(Superior Tribunal de Justiça Desportiva). Ele já disse que não tomará decisões
desportivas drásticas.
COMO FICA A SELEÇÃO EM 2024?
Para o ano que se aproxima, a
agenda da seleção prevê amistosos contra Inglaterra e Espanha, em março.
Antes da Copa América, em junho,
nos Estados Unidos, um amistoso contra o México já foi anunciado. E a CBF quer
marcar ainda outro jogo.
No torneio, em si, o Brasil caiu
num grupo com Colômbia e Paraguai, além de Honduras ou Costa Rica — o quarto
elemento vai ser decidido em março.
Em setembro, as Eliminatórias
voltam. Sabe-se lá com qual treinador à frente da equipe.