Este ano, todos os países da Bacia Amazônica registraram as menores precipitações de julho a setembro em mais de quatro décadas, de acordo com o relatório do Observatório Global da Seca do Centro Científico da União Europeia. Dados de satélite mostram que a umidade do solo foi gravemente afetada devido à escassez de chuvas, várias ondas de calor e temperaturas acima da média.

O estudo aponta um aumento na extensão e gravidade da seca que atinge a Bacia Amazônica Ocidental e a maior parte do norte da América do Sul desde julho deste ano. Brasil, Peru, Bolívia e Venezuela estão entre os países mais afetados. A seca tem impactado a navegação, afetando o abastecimento básico de alimentos e água.

Nos estados brasileiros da Amazônia Ocidental, particularmente no estado do Amazonas, as chuvas reduziram cerca de 50% em comparação com a média para a estação. No dia 26 de outubro, o rio Negro registrou seu nível mais baixo desde o início das medições, com 12,70 m, o mais baixo desde 1902.

O relatório discute os padrões históricos e a singularidade da seca de 2023 e das últimas décadas, o que pode acontecer em 2024 e a longo prazo, bem como as consequências, impactos e as recomendações aos governos nacionais e locais que devem liderar a transição para a sustentabilidade e a resiliência climática. "A grave seca na Amazônia é uma crise humanitária e ecológica com implicações globais", enfatiza o relatório.