Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
O
Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) assinou acordo de
transferência tecnológica para produção do medicamento citrato de tofacitinibe,
clone genérico do Xeljanz®. A parceria foi firmada com a Pfizer Brasil, nessa
quarta-feira (20), no Rio de Janeiro.
A
meta é fortalecer a produção nacional do medicamento e ampliar o acesso da
população ao tratamento de doenças inflamatórias imunomediadas, ou seja,
desencadeadas a partir de desequilíbrios do sistema imunológico como a artrite
reumatoide.
“Estamos muito satisfeitos em anunciar essa importante parceria. O acordo é parte de uma estratégia estruturante da Fiocruz pela busca contínua de ampliação do acesso à saúde pela população. Fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Complexo Econômico e Industrial da Saúde é colocar mais medicamentos, vacinas e serviços à disposição dos brasileiros”, afirmou, em nota, o vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger.
Benefícios
Segundo
a Fiocruz, além de ser uma parceria benéfica aos usuários do (SUS), esta é uma
ação que vai ao encontro da Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do
Complexo Econômico Industrial da Saúde, instituída pelo Decreto nº 11.715, de
26/9/2023. O decreto tem entre seus objetivos expandir a produção nacional de
itens prioritários para o SUS e reduzir a dependência do Brasil da importação
de medicamentos, insumos e outros.
Aprovado
no Brasil, o Xeljanz® é incorporado ao SUS e apresenta um mecanismo que age
dentro das células, inibindo a janus quinase (JAK), uma proteína importante nos
processos inflamatórios característicos de algumas doenças imunomediadas. O
produto também inaugurou uma classe de medicamentos para artrite reumatoide,
tornando-se o primeiro tratamento oral.
“Mais
de 12 mil pacientes já são beneficiados pelo Xeljanz na rede pública de saúde
do Brasil. Agora, mediante essa parceria, fortalecemos nosso compromisso de
atuar para que essa inovação alcance ainda mais pessoas, transformando assim
suas vidas”, disse, em nota, a presidente da Pfizer Brasil, Marta Díez. “Por
meio dessa parceria [com a Fiocruz] também reforçamos nosso compromisso com o
fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde do Brasil”,
acrescentou Marta.
A
transferência tecnológica do citrato de tofacitinibe da Pfizer, por
Farmanguinhos/Fiocruz, ocorrerá em etapas. Um registro do clone da molécula do
medicamento a ser fabricado, por exemplo, já foi submetido à Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa). Quando aprovado, será possível iniciar o
fornecimento do genérico pelo instituto para abastecer o SUS, conforme a
demanda do Ministério da Saúde.
“Um dos trabalhos feitos em Farmanguinhos é voltado para os medicamentos de alto valor agregado. Ou seja, aqueles que são de difícil acesso à população brasileira pelo seu alto custo. Com esta parceria, conseguiremos produzir esse medicamento no nosso país, facilitando o tratamento de pacientes que sofrem com doenças tão severas”, disse o diretor do Instituto de Tecnologia em Fármacos, Jorge Mendonça.
Artrite
reumatoide
A
enfermidade é mais frequente em mulheres, na faixa etária de 30 a 50 anos, com
pico de incidência na quinta década de vida. O histórico familiar aumenta o
risco de desenvolvimento da doença de três a cinco vezes.
Entre
os sintomas, estão dor e inchaço nas articulações e, caso não haja tratamento,
danos importantes e irreversíveis nas articulações podem ocorrer.