O Ministério
da Saúde destinou R$ 100 milhões para pesquisas com CAR-T (terapia celular
avançada) para tratamento de câncer. Os estudos serão feitos pela Fundação
Hemocentro de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo em parceria com o
Instituto Butantan.
O financiamento faz parte do PAC-Saúde (Novo
Programa de Aceleração ao Crescimento). O anúncio foi feito pelo secretário de
Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde,
Carlos Gadelha, em evento nesta quarta-feira (20).
Como mostrou a Folha de S.Paulo, a CAR-T
utiliza células do sistema imune (conhecidas como linfócitos T) extraídas do
paciente e geneticamente modificadas para reconhecer e atacar as células
tumorais.
A terapia tem obtido sucesso no tratamento
de alguns tipos de câncer do sistema sanguíneo, linfomas e leucemias, mas não
há comprovação de eficácia contra tumores sólidos. Nesses casos, as
quimioterapias, radioterapias ou tratamentos como imunoterapia tendem a surtir
mais efeito.
A técnica tem autorização da Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) desde 2021 para o chamado uso compassivo no
Brasil. Essa prática é adotada quando não há nenhuma outra abordagem possível e
são utilizadas terapias ainda em estudo para tentar salvar a vida do paciente.
Além disso, a agência aprovou em julho de
2022 o primeiro ensaio clínico para desenvolvimento nacional de células CAR-T
para tratamento de câncer no Hospital Israelita Albert Einstein.
Os pacientes incluídos no estudo são todos
usuários do SUS (Sistema Único de Saúde), e a pesquisa também recebeu apoio
financeiro do Ministério da Saúde.
Em geral, pacientes com um câncer muito
agressivo, ou que estão com alguma debilitação do sistema imunológico, têm
maior dificuldade de gerar uma resposta imune própria, por isso a terapia CAR-T
pode ser uma importante aliada.