Foto: Polícia Federal/
Divulgação
A Polícia Federal deflagrou, na
manhã desta quinta-feira (21), uma Operação para investigar crimes cometidos
durante os anos de exploração de sal-gema em Maceió. A operação denominada de
Lágrimas de Sal, tem o intuito de robustecer o conjunto probatório existente,
conforme comunicou a PF, e tem como alvos um diretor e gerentes da empresa, que
também tem unidades na Bahia.
A exploração de sal-gema na
capital alagoana foi uma prática que ocorreu de 1976 a 2019. Os anos de
exploração causaram uma grande instabilidade no solo de bairros da cidade,
fazendo com que algumas regiões do município sofressem riscos de desmoronamento
de casas, ruas e fechamento do comércio, levando mais de 60 mil pessoas a terem
que deixar os bairros em dezembro deste ano.
A Braskem é um dos alvos da
operação da PF. As investigações mostraram que as atividades de mineração
desenvolvidas no local não seguiram os parâmetros de segurança previstos, que
visavam garantir a estabilidade das minas e a segurança da população que residia
na superfície.
Além disso, foram identificados
indícios de apresentação de dados falsos e omissão de informações relevantes
aos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização da atividade, permitindo
assim a continuidade dos trabalhos, mesmo quando já presentes problemas de
estabilidade das cavidades de sal e sinais de subsidência do solo acima das
minas.
Os investigados poderão
responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de poluição
qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais
falsos ou enganosos, inclusive por omissão, entre outros delitos.
A operação contou com 60
policiais federais que cumprem 14 mandados judiciais de busca e apreensão, dos
quais 11 em Maceió (AL) dois no Rio de Janeiro (RJ) e um em Aracaju (SE), todos
expedidos pela Justiça Federal do Estado de Alagoas.
A Operação foi denominada de
“Lágrimas de Sal” por fazer referência ao sofrimento enfrentado pela
população, por conta da atividade de exploração de sal-gema, que fez com
que moradores deixassem suas casas em razão do risco de instabilidade do
solo nos bairros e regiões afetadas.