Foto: Igor Barreto/ Bahia Notícias
Publicar uma nova concessão para
o fornecimento da energia elétrica no Estado seria uma forma de estimular a
competitividade das empresas do setor e também de “quebrar” o monopólio da
Coelba/Neoenergia, maior grupo privado do setor elétrico brasileiro, que tem
sido alvo das mais variadas reclamações relativas à prestação do serviço no
Estado.
Na avaliação do titular da
Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia
(Seagri), Wallison Tum, autor do requerimento que propôs a instalação da
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa (AL-BA), para
investigar a atuação da Coelba, a solução para resolver o impasse seria não
renovar a concessão da companhia e abrir espaço para um novo modelo de gestão.
Para isso, a Bahia seria dividida em regiões, projeto semelhante ao que foi
implantado no Estado de São Paulo.
Em visita ao Bahia Notícias,
nesta segunda-feira (18), o ex-deputado estadual explicou que, pelo projeto
defendido por ele, a Bahia seria dividida em quatro regiões, sendo elas: Região
Metropolitana de Salvador (RMS) e Recôncavo, Extremo Norte, Oeste, Sul e
Extremos Sul. “A minha sugestão enquanto membro do conselho que está tratando
da pauta da infraestrutura é que nós não renovemos a concessão da Coelba por
várias falhas que a concessionária vem fazendo. A Bahia seria dividida em
quatro partes para que a gente estimule a competitividade das empresas que
forem disputar essa concessão de energia no Estado da Bahia”, detalhou.
GARGALO
Segundo o titular da Seagri, que
chegou a reunir em março de 2022 quando ainda era deputado estadual, 43 das 21
assinaturas necessárias para CPI, que na atual legislatura segue
aguardando instalação, o maior gargalo da Bahia é infraestrutura, tanto de
estradas como de energia. “Energia, mais um pouco, porque o produtor consegue
produzir sem ter uma estrada asfaltada porque ele acaba produzindo onde
encontra água, onde encontra terra fértil”, explicou. Ainda de acordo com o
secretário, o principal problema é a distribuição de energia e não a geração de
energia, uma vez que, neste último, “a Bahia é autossuficiente e um exemplo
para todo o Brasil”.
“Nós temos um estado que é maior
do que a França, é um estado muito grande. Então, nós não podemos comparar a
realidade de Salvador com a realidade do oeste da Bahia, do sul, são realidades
distintas. Nós temos que ter empresas distintas para fazer com que esse
trabalho chegue na ponta”, comparou.
O secretário Tum lembrou que na
edição deste ano do evento Bahia Farm Show, realizado em Luís Eduardo
Magalhães, e que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
a comitiva do Governo do Estado e os produtores rurais pediram ao presidente
uma atenção especial para o problema. “Já foi aberto um leilão depois desse
momento, dessa solicitação, e nós estamos aguardando o governo federal abrir
mais leilões para que a gente consiga resolver esse gargalo que é a energia
porque você, para produzir, precisa de energia, você tem que ter a energia ali
na ponta para o produtor conseguir produzir e ampliar o que ele já faz”,
reforçou.