A vaga
do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) que abre, no máximo, até o dia 22 de
dezembro com a aposentadoria de Fernando Vita agita os bastidores da política
baiana, especialmente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Os
parlamentares reivindicam que o escolhido seja um par, porém forçam uma batalha
narrativa para que as eleições de 2024 entrem na rodada de negociações para o
posto.
São duas versões distintas e variam conforme o
interlocutor. A primeira a surgir foi que o MDB poderia ficar com a cadeira,
ocupada por Rogério Andrade, para que a vereadora Lúcia Rocha desista da
candidatura a prefeita de Vitória da Conquista. Ela, que é suplente, herdaria o
mandato de deputada estadual e deixaria o “caminho livre” para a candidatura de
Waldenor Pereira (PT) na terceira maior cidade da Bahia.
Já o segundo rumor envolve a federação PT, PCdoB e PV. E
envolveria uma troca entre Paulo Rangel (PT) no TCM e Olívia Santana (PCdoB)
candidata a prefeita de Salvador. Ou então Fabrício Falcão (PCdoB) sendo
indicado à Corte de contas, deixando o caminho pavimentado para que Robinson
Almeida (PT) dispute o Palácio Thomé de Souza.
Quem corre por fora e chegou a ser uma surpresa nesse
embate foi Roberto Carlos (PV), que só agora apareceu nas rodas e também
planeja um lugar ao sol, mas em Juazeiro, e pode tentar colocar esse “desejo”
como um contraponto para uma candidatura unificada contra a prefeita Suzana
Ramos. É o candidato menos provável da base do governo, segundo os
parlamentares.
O “azarão” é o ex-presidente da Assembleia, Marcelo Nilo
(Republicanos), que outrora foi poderoso e agora vive à espreita dos antigos
colegas para tentar angariar sufrágios na votação secreta para o TCM, prevista
para acontecer apenas em fevereiro do próximo ano. Ele foi o único já endossado
publicamente por um grupo de deputados, todos da oposição.
Nas proximidades do governador Jerônimo Rodrigues (PT),
para quem tem sido transferida a responsabilidade de bater o martelo sobre quem
vai ser o candidato ou a candidata a prefeita, o assunto é tratado como
“história para deputado dormir”. Apesar de muitos parlamentares “forçarem” a
relação entre a cadeira do TCM e as disputas municipais de 2024, para o governo
a conta envolve outras negociações, que passam ao largo dessa sucessão de Vita.