Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Em comunicado enviado à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) nesta quinta-feira (14), a Fifa e a Conmebol se manifestaram sobre a decisão judicial que afastou Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade. Na carta, as entidades indicaram possibilidade de sanção caso seja comprovada a interferência na CBF e pediram que uma nova eleição só ocorra após visita ao Brasil, marcada para janeiro. O Bahia Notícias teve acesso a trechos do escrito.

 

"A FIFA e a CONMEBOL gostariam de expressar a sua preocupação em relação a estes últimos desenvolvimentos e gentilmente lembrar a todas as partes interessadas relevantes que a CBF tem a obrigação legal de gerir os seus assuntos de forma independente e sem influência indevida de terceiros (cf. art. 14 par. 1 i) e art. 19 dos Estatutos da FIFA). Neste contexto, informamos que, caso as ações tomadas pelas autoridades judiciais competentes sejam consideradas como constituindo interferência indevida no sentido dos Estatutos da FIFA e da CONMEBOL, a FIFA e a CONMEBOL não poderão ter outra alternativa de ação senão aplicar as sanções relevantes sobre CBF, e isto mesmo que esta não tenha tido culpa (cf. art. 14 par. 3 dos Estatutos da FIFA)", diz a nota.

 

A carta também diz que a única pessoa autorizada a falar pela CBF no momento é o diretor mais velho. Neste caso, o nome seria Hélio Santos Menezes, Diretor de Governança e Compliance da entidade.

 

"Neste contexto, observe que nenhuma outra autoridade além desta pessoa responsável no sentido do Art. 64 dos Estatutos da CBF serão oficialmente reconhecidos pela FIFA e pela CONMEBOL", ressalta a carta. 

Hélio Menezes é diretor da CBF | Foto: Ulisses Gama / Bahia Notícias 

Por fim, as duas instituições pedem que uma nova eleição não deva ser convocada até uma visita ao Brasil, programada em janeiro. Vale lembrar que a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nomeou José Perdiz, licenciado do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), convoque um pleito em um prazo de 30 dias úteis.

 

"Nesse sentido, para fins de devida diligência e devido processo, a FIFA considera que nenhuma eleição deve ser convocada ou realizada até que uma delegação da FIFA e da CONMEBOL visite o Brasil em janeiro próximo para examinar a situação e discutir o assunto com as respectivas partes interessadas para relatar aos órgãos competentes da FIFA e permitir-lhes decidir sobre as ações necessárias a serem tomadas com o devido respeito aos Estatutos da CBF e à autonomia da associação membro", finalizou.