A Controladoria-Geral da
União (CGU) recebeu neste ano, até a última quarta-feira (13), 1.412 denúncias,
reclamações e comunicações de corrupção no governo federal, o que equivale a
cerca de quatro manifestações por dia em 2023, já sob a gestão do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O número representa alta de 31,7% em relação ao ano
passado, mas redução quando comparado a 2020, em que foram registradas 1.918
suspeitas de corrupção. O órgão com mais registros de denúncias, comunicações e
reclamações de corrupção neste ano é o Ministério da Saúde, comandado por Nísia
Trindade. A pasta teve 140 manifestações. Em 2022, o mesmo ministério foi o que
teve mais acusações desse tipo.
As informações são do Metrópoles,
parceiro do Bahia Notícias. Neste ano, a Advocacia-Geral da União (AGU) ficou
em segundo lugar, seguida pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf), ligado ao Ministério da Fazenda. Os registros são feitos em um sistema
da CGU, mas as denúncias acabam investigadas pelos próprios órgãos.
Observando dados de 2019 a 2023, o primeiro ano da
pandemia da Covid-19 — 2020 — foi justamente o que mais teve registro de
denúncias de corrupção no governo federal.
Naquele ano, o órgão com mais manifestações foi a própria
CGU, responsável por receber as denúncias. Em segundo lugar ficou o Ministério
da Justiça, seguido pelo Banco Central. O Ministério da Saúde apareceu na
quarta posição.
Em 2021, houve abertura de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) no Senado para apurar ações e omissões do governo na pandemia.
À época, os senadores investigaram também casos de suspeita de corrupção no
governo.
Na semana passada, a CGU e a Polícia Federal anunciaram a criação de um grupo
para combater corrupção e desvio de recursos no governo federal. O ministro da
CGU, Vinícius Marques de Carvalho, e o diretor-geral da PF, Andrei Passos,
assinaram a criação do Grupo Integrado CGU-PF de Enfrentamento aos Crimes de
Corrupção e Desvio de Recursos Públicos, do Executivo federal.
Na ocasião, o ministro pontuou que, com ações coordenadas,
foi possível aumentar a capacidade de detecção de corrupção. “Quanto maior for
nossa capacidade de descobrir ilícitos, menores serão os incentivos para que
agentes públicos ou privados atuem de forma ilegal”, explicou Vinícius.
O objetivo da parceria, segundo ele, é estreitar as
relações entre os dois órgãos para construir estratégias conjuntas mais
efetivas contra desvios. “Inclusive dando escala a determinadas investigações e
operações que podem desencadear ações que investiguem outros crimes como
lavagem de dinheiro e outros tipos de ilícitos”, frisou.
Andrei Passos afirmou que os resultados obtidos pelo dois
órgãos serão ampliados com grupos nas unidades centrais e regionais. “A Polícia
Federal e a Controladoria-Geral da União têm longo histórico de trabalhos em
conjunto, com excelentes resultados, que serão ampliados com grupos nas
unidades centrais e regionais, de modo a viabilizar a constante discussão,
aumentando a qualidade e a quantidade de operações em conjunto (…) no contexto
de uma atuação forte no combate à corrupção”, ressaltou.