Foto: Edu Mota
Deputados e
senadores, acompanhados de representantes de entidades industriais, do comércio
e setor de serviços, em entrevista coletiva no Salão Verde da Câmara, disseram
que não há mais tempo para negociação com a equipe econômica do governo Lula em
relação ao projeto que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamentos.
Os parlamentares disseram que o veto do presidente Lula ao projeto estará
pautado na reunião do Congresso Nacional desta quinta-feira (14), e será
derrubado tanto na Câmara quanto no Senado.
O senador
Angelo Coronel (PSD-BA), que relatou o projeto da prorrogração das desonerações
no Senado, falou durante a entrevista, e garantiu que há votos mais do que
suficientes para a derrubada do veto presidencial. Para o senador, a manutenção
do veto, e a inclusão de milhares de municípios entre os beneficiados pela
desoneração da folha, não prejudicará em nada o governo federal.
"É
muito difícil o Congresso amanhã não derrubar esse veto da desoneração. No
Senado a gente tem conversado, e na votação houve unanimidade a favor da
manutenção da desoneração. Esperamos que haja a mesma união para derrubar o
veto. A desoneração é importante, e amanhã vamos fazer o nosso civismo de
referendar algo que só vai ser benéfico para a economia brasileira. Esse
projeto gera emprego e gera dignidade", afirmou o senador.
O senador
Efraim Filho (União-PB), autor do projeto que prorroga a desoneração da folha
de pagamento dos 17 setores que mais empregam na economia brasileira, afirmou,
na coletiva, que os parlamentares já têm os votos necessários para a derrubada
do veto integral do presidente Lula. Efraim ressaltou que as propostas do
governo de alternativas para a desoneração são "bem-vindas", mas que
o tempo da negociação já se esgotou, e que novos formatos para a desoneração
devem ser avaliadas somente no ano que vem, após a derrubada do veto.
"O
governo perdeu a condição de poder impor condições para que se possa derrubar o
veto", declarou Efraim.
A
iniciativa de apresentação de uma nova proposta foi tomada nesta semana
pelo pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O ministro disse que já há um
projeto para servir como alternativa à desoneração da folha e que conta com
aval de Lula. No entanto, o ministro disse que o tema só pode ser analisado
depois da aprovação da reforma tributária.
A deputada
Any Ortiz (Cidadania-RS), que relatou o projeto durante a tramitação na Câmara,
também salientou que já não há mais tempo para aguardar uma nova proposta do
governo. Na coletiva, a deputada disse que o governo Lula precisa focar na
manutenção dos empregos que são gerados pela medida.
"A
prioridade não deveria ser a arrecadação, deveria ser a garantia de
emprego", disse Any Ortiz.