Foto:
Marcello Casal Jr. / Agência Brasil
O Banco
Central deve voltar a reduzir a taxa Selic em 0,5 ponto percentual nesta
quarta-feira (13), de 12,25% para 11,75%, segundo previsões do mercado
financeiro.
A decisão
será divulgada após a última reunião do ano do Copom (Comitê de Política
Monetária), iniciada nesta terça-feira (12). O comitê já havia antecipado que
ocorreria uma redução "da mesma magnitude" que a queda de 0,5 ponto
percentual implementada em novembro.
De acordo
com estimativas de mais de cem consultorias e instituições financeiras
coletadas pela pesquisa Focus, a taxa de referência encerraria o ano em 11,75%,
após quatro reduções consecutivas desde o início do ciclo de baixa em agosto
passado.
A reunião
ocorre enquanto o governo federal continua a pressionar a autarquia para
reduzir a taxa de juros.
Nesta
terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad (PT), fizeram referência em eventos separados ao patamar atual
da Selic.
"Temos
de mexer com o coração do presidente do BC [Roberto Campos Neto]. 'Reduz um
pouco os juros que as pessoas estão querendo tomar dinheiro emprestado. Os
governadores podem ajudar", disse Lula ao discursar em evento sobre
investimentos de bancos públicos nos estados.
Haddad
disse que a taxa de juros precisa cair mais. "Temos gordura para queimar,
nossa taxa de juros ainda está muito distante do segundo colocado",
afirmou.
Em agosto
de 2022, a Selic estava em 13,75%, nível atingido após várias altas desde março
de 2020 para combater a inflação. Aumentos nas taxas encarecem o crédito, o que
desestimula o consumo e o investimento, reduzindo assim a pressão sobre os
preços.
Dados
divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta
terça (12) mostram que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo),
a inflação oficial do Brasil, acelerou a 0,28% em novembro, após marcar 0,24%
em outubro.
Apesar de
ganhar força, a taxa de 0,28% é a menor para o penúltimo mês do ano desde 2018,
quando o IPCA teve queda (deflação) de 0,21%. O novo resultado ficou levemente
abaixo da mediana das expectativas do mercado financeiro. Analistas consultados
pela agência Bloomberg projetavam variação de 0,29% em novembro.
No
acumulado em 12 meses, o IPCA desacelerou a 4,68%, abaixo do teto da meta de
inflação para o ano de 2023 (4,75%). Nesse recorte, a alta dos preços era de
4,82% até outubro.