Foto: Lucas
Figueiredo / CBF
O
presidente do STJD, José Perdiz, assinou nesta terça-feira (12 o termo de
compromisso no Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) para assumir o controle do
processo eleitoral na CBF. Assim, ele passa a comandar a entidade até a posse
da nova diretoria.
Perdiz
ainda se afastou temporariamente do tribunal para conduzir a eleição
determinada na Justiça, que causou o afastamento de Ednaldo Rodrigues da
presidência da CBF.
Com Perdiz
fora do STJD no momento, o tribunal passa a ser presidido por Felipe
Bevilacqua, vice-presidente da corte.
Por ordem
judicial, Perdiz tem 30 dias úteis para realizar a eleição na CBF e fica com a
responsabilidade de pagar as despesas corriqueiras para funcionamento da
entidade.
A decisão
da 21ª Câmara de Direito Privado do TJ-RJ foi publicada nesta segunda-feira
(11) e já virou alvo de recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Perdiz já
tinha conhecimento desde a semana passada, quando os desembargadores proferiram
a decisão, de que teria uma missão a cumprir na CBF. Mas voltou a Brasília,
onde mora, no fim de semana e retorno ao Rio na noite desta segunda-feira (11).
POR QUE A
JUSTIÇA MUDOU O PRESIDENTE DA CBF
A decisão
de quinta-feira (7) foi invalidar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
assinado entre CBF e Ministério Público do Rio (MP-RJ). Os desembargadores
decidiram que o MP não tinha legitimidade para firmar o documento.
Como o TAC
serviu de alicerce para a eleição, a decisão automaticamente invalidou o
mandato de Ednaldo, assim como já havia ocorrido com o pleito que levou Rogério
Caboclo ao poder. Tudo o que aconteceu na CBF a partir de 2017, em termos
eleitorais, ficou sem validade.
Aí, sem
alguém para comandar, a solução encontrada pelo TJ foi nomear José Perdiz para
conduzir o processo eleitoral em até 30 dias.
Ednaldo,
por outro lado, tem procurado não se afastar do comando da CBF, apesar do
recesso da entidade ter começado. O dirigente está se articulando para a
hipótese real de disputar novamente a eleição da CBF, já que a decisão judicial
não o tornou inelegível ou coloca qualquer obstáculo à atuação dele como
dirigente.
A
ARTICULAÇÃO DA OPOSIÇÃO
A decisão
que derruba Ednaldo neste momento é o desfecho de uma mobilização da oposição
ao dirigente que ganhou corpo recentemente.
Os tropeços
da seleção brasileira foram o estopim para que nomes como Ricardo Teixeira e
Marco Polo Del Nero saíssem do ostracismo para criticarem publicamente a gestão
Ednaldo. Ambos foram banidos pela Fifa por conta de acusações de corrupção.
Mas a
oposição a Ednaldo é mais ampla do que a dupla banida. A questão agora é quem
será o candidato que medirá forças com Ednaldo quando Perdiz convocar a
eleição.