A situação da indústria de
transformação no estado é preocupante, com seus dois carros chefes - refino e
petroquímica - tendo desempenhos muito abaixo do esperado. Essa é a afirmação
da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), após
as exportações baianas (US$ 810,8 milhões) registrarem queda pelo nono
mês consecutivo, em novembro deste ano (-31,4%), na comparação com o mesmo
período do ano passado.
O recuo foi novamente puxado pelos derivados de petróleo,
que caíram 97,6%, e pelo setor químico/petroquímico, que apontou redução de
48%, todos em relação ao mesmo mês do ano passado. A queda no volume embarcado
de derivados de petróleo em novembro chegou a 98,1% e no ano atingiu (-24,5%).
As informações foram analisadas pela SEI, que é vinculada
à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria
de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e
Serviços (MDIC).
“Após baterem recorde no primeiro semestre do ano passado,
com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuaram nos
últimos meses. Apesar da subida do petróleo e de outros produtos em novembro,
os valores continuam inferiores aos do mesmo mês do ano passado”, dizia o
comunicado da SEI.
Porto de exportações | Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
O setor químico/petroquímico está vivendo, em 2023, o seu
pior momento em duas décadas.” O avanço dos produtos importados na demanda
doméstica, em um ambiente de demanda relativamente saudável, levou a ociosidade
média nas fábricas locais a 35% até outubro”, segundo a Associação Brasileira
da Indústria Química (Abiquim).
De acordo com a SEI, no período de janeiro a setembro de
2023, o setor industrial baiano acumulou taxa negativa de 4,5% e no indicador
dos últimos 12 meses apresentou queda de 5,9% em relação ao mesmo período do
ano anterior.
Nas importações, a quantidade comprada subiu 0,9% em
novembro, o que não foi suficiente para o crescimento dos desembolsos que
recuaram 24,5%, já que os preços médios tiveram redução de em média 25,1% no
mês.
A queda de importações, que no ano chega a 23,5%,
praticamente 1% acima das exportações, é sinal de uma economia meio sem gás,
menos disposta a importar máquinas, equipamentos e outros insumos produtivos.
A queda das compras
externas no mês, na comparação com o mesmo período do ano passado, foi puxada
pela menor compra de combustíveis, bens de capital e intermediários e pelos
preços menores.
No acumulado do ano, as exportações alcançaram US$ 10
bilhões, com queda de 22,6% comparado a igual período de 2022. As importações
foram a US$ 8 bilhões, também com queda de 23,5%.
O saldo comercial do estado no período chegou a US$ 1,95
bilhão, 18,8% inferior ao mesmo período do ano passado. Já a corrente de
comércio atingiu US$ 18 bilhões, também com redução de 23% no comparativo
interanual.
QUEDA DE 34% NAS EXPORTAÇÕES BAIANAS
Em novembro, o volume de mercadorias exportadas caiu 34%,
enquanto os preços subiram em média 3,7% na comparação com o mesmo mês do ano
anterior. É o segundo mês consecutivo de alta nos preços médios, depois de oito
meses de recuos.
No acumulado do ano, os preços ainda estão 13,3%
inferiores a 2022, enquanto que o quantum teve queda de 10,8%. Ou seja, a
desvalorização dos produtos exportados foi determinante para o desempenho
negativo das vendas externas estaduais em 2023.
As exportações agropecuárias, a despeito da redução dos
preços, subiram 16,6% em novembro, em relação ao mesmo mês do ano anterior, com
a prevista safra recorde de grãos pesando mais no desempenho do setor. No caso
da indústria extrativa, houve redução de 39,5%, enquanto que as vendas da
indústria de transformação despencaram 62,3%.