Brancos receberam em média
R$ 20 por hora de trabalho no Brasil em 2022, quantia 61,4% maior do que a de
pretos ou pardos (R$ 12,4). É o que apontam dados divulgados nesta quarta-feira
(6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Essa diferença até já foi maior, mas vem caindo de forma
considerada lenta pelo órgão. No início da série histórica, em 2012, brancos
recebiam 69,8% a mais do pretos ou pardos por hora de trabalho.
As informações integram a Síntese de Indicadores Sociais.
A publicação analisa estatísticas de fontes como a Pnad Contínua (Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), também produzida pelo IBGE.
"De 2012 a 2022, em 11 anos, a série pouco se
alterou. Esse retrato [de desigualdade] permanece", afirma João Hallak,
analista da síntese do instituto.
Os dados tratam do rendimento por hora de todos os
trabalhos das pessoas ocupadas. De acordo com o IBGE, a desigualdade dos ganhos
permanece nos diferentes níveis de escolaridade.
A maior diferença ocorre na camada da população com ensino
superior completo. Nesse grupo, a renda por hora dos brancos (R$ 35,3) superou
em 37,6% a dos pretos ou pardos (R$ 25,7) em 2022.
Diferentes pesquisas do IBGE já sinalizaram que
historicamente a população negra enfrenta dificuldades para conseguir
oportunidades de trabalho com maior remuneração. Em razão disso, a
informalidade muitas vezes vira a saída para essa parcela dos brasileiros.
Em 2022, a proporção de informais entre mulheres pretas ou
pardas (46,8%) e homens pretos ou pardos (46,6%) superava a média dos ocupados
(40,9%), segundo os dados divulgados nesta terça. Mulheres brancas (34,5%) e
homens brancos (33,3%) tinham taxas menores.