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Rovena Rosa | Agência Brasil
A maior
parte da população brasileira ainda vive em domicílios próprios e já pagos, mas
esse tipo de moradia vem perdendo participação aos poucos, enquanto o
percentual de pessoas que recorrem a residências alugadas mostra crescimento.
As
conclusões são de um levantamento divulgado nesta quarta-feira (6) pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o
órgão, 64,6% da população vivia em domicílios próprios já pagos (sem
financiamentos pendentes) em 2022. O percentual ficou abaixo da marca
registrada em 2019 (65,9%), período anterior da série histórica com dados desde
2016. Naquele ano, a proporção estava em 67,8%.
Domicílios
alugados são a segunda categoria mais frequente. Em 2022, 20,2% da população
vivia nesse tipo de endereço, conforme o IBGE. O percentual subiu tanto em
relação a 2019 (18,5%) quanto na comparação com 2016 (17,3%).
As
informações integram a Síntese de Indicadores Sociais. A publicação analisa
estatísticas de fontes como a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua), também produzida pelo IBGE.
"Quando
a gente olha a série histórica, houve uma tendência de redução dos domicílios
próprios, especialmente dos já pagos, e aumento na mesma proporção dos
domicílios alugados", afirmou Bruno Perez, um dos analistas da síntese do
IBGE.
"É uma
mudança pequena, mas os indicadores de domicílios tendem a se alterar de forma
mais lenta. Ela [alteração] é relevante nesse sentido", acrescentou.
O estudo,
contudo, não especifica os possíveis motivos por trás do quadro. Perez evitou
afirmar se a situação está relacionada com a dinâmica econômica dos últimos
anos ou com eventuais mudanças comportamentais, mas indicou que
"mecanismos diversos" podem influenciar o contexto.
"A
residência em domicílios alugados é mais comum na população de 15 a 29 anos, é
mais comum em algumas regiões do país. Sudeste e Centro-Oeste são regiões onde
há essa ocorrência", disse o analista.
Segundo o
IBGE, em 2022, 6,2% da população vivia em domicílios próprios que ainda estavam
em fase de pagamento. O percentual pouco se alterou em relação a 2019 (6,4%) e
é o mesmo de 2016 (6,2%).
O
levantamento referente ao ano passado também contabilizou 8,8% da população em
domicílios cedidos por empregadores, familiares ou outros. A parcela em outras
condições correspondeu a 0,2% do total em 2022.