Foto:
J.Alex Souza
Humildade,
serenidade, diálogo, e acima de tudo, respeito a senadores que são seus colegas
em uma trajetória de atuação política. Essas foram algumas das palavras
enfatizadas pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, em entrevista coletiva na
manhã desta quarta-feira (29), ao iniciar um périplo de visitas e conversas com
parlamentares e bancadas partidárias no Senado.
Dino,
indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a vaga deixada pela
ministra Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal, será sabatinado no dia 13 de
dezembro pelos senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O relator
da indicação será o senador Weverton (PDT), que é do mesmo estado de Flávio
Dino, o Maranhão.
A
entrevista foi realizada após visita do ministro da Justiça ao vice-presidente
do Senado, Veneziano Vital do Rego (MDB-PB), que exerce a presidência de forma
interina devido à viagem do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) junto com o
presidente Lula à Arábia Saudita e posteriormente Emirados Árabes. O encontro
contou com a presença também do senador Weverton.
Logo no
início da coletiva, Flávio Dino fez questão de agradecer ao “colega senador”
Veneziano, lembrando que é um membro da Casa, eleito pelo Maranhão em 2022. “É
sempre um prazer dialogar com a instituição da qual eu tenho a honra de
integrar”, disse Flávio Dino, apesar de ter exercido o mandato de senador por
apenas um dia, já que após a posse em 1º de fevereiro, voltou ao cargo de
ministro da Justiça.
Flávio Dino
disse também encarar com tranquilidade e serenidade o diálogo com os senadores
e senadoras, reforçando, mais uma vez, ter relação próxima com os
parlamentares, por exercer a atividade política por muitos anos.
“Tenho
muita tranquilidade e serenidade nesse diálogo porque apresento sempre dados
objetivos que são conhecidos de todos, relativos à trajetória profissional no
campo jurídico e tenho relação próxima do mundo político porque faço parte
dele. Estar aqui no Senado é uma alegria, uma honra, é estar em casa”,
afirmou.
O ministro
da Justiça destacou ainda na sua entrevista a importância de trabalhar pela
harmonia entre os poderes. Dino destacou que a mensagem principal que irá levar
para as conversas com senadores e senadoras será de atuar com objetivo de
estabelecer um diálogo de respeito e que prime pela independência entre
Judiciário e Legislativo.
“Não
podemos viver em um país em que haja dissensões ou divergências tais que
impeçam o andamento das políticas públicas, das medidas legislativas que o país
precisa. O STF, como instância de segurança jurídica, guardião das regras do
jogo, deve ser também esse vetor de harmonia no nossos País. Esse é o sentido
principal dessa interlocução que eu busco fazer nesse momento entre a política,
que eu tenho a honra de integrar, com essa trajetória profissional de direito.
Quem sabe tendo a honra da aprovação no Senado, prosseguir nesse diálogo
interinstitucional e entre os poderes nos termos da Constituição, que consagra
a independência entre os poderes, mas no mesmo preceito, determina que haja,
além da independência, harmonia”, explicou o ministro.
Em resposta
a perguntas de jornalistas, Flávio Dino disse que não pensa no momento em se
licenciar do cargo de ministro da Justiça para cumprir a agenda de conversas
com senadores. Também reforçou que buscará falar com parlamentares de governo e
de oposição, já que, para ele, “ministro do Supremo não tem partido, não tem
ideologia, não tem lado político”.