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Marcelo Camargo / Agência Brasil
Pesquisa
Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (22) revela que a grande maioria dos
analistas do mercado financeiro acreditam que o governo Lula não
conseguirá manter a aposta de déficit zero no próximo ano, e terá que modificar
a meta fiscal.
Dos 100
profissionais de fundos de investimento consultados pela sondagem, 80 esperam
mudança da meta fiscal, sendo que 49 veem alteração para -0,5% do Produto
Interno Bruto (PIB), 18 para -0,75% do PIB, 7 para -0,25% do PIB e 6 para -1%
do PIB ou mais.
Entre os
100 analistas entrevistados, 20 dizem acreditar que a meta de déficit zero das
contas públicas será mantida. A pesquisa “O que pensa o mercado financeiro”,
conduzida pela Genial/Quaest, foi realizada entre os dias 16 e 21 de novembro.
Em outro
ponto do levantamento, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebe uma
avaliação majoritariamente positiva de sua gestão. Dos entrevistados, 43% têm
uma visão favorável do trabalho de Haddad, apesar de uma ligeira queda de três
pontos percentuais em relação à pesquisa divulgada em setembro. Por outro lado,
24% dos agentes do mercado financeiro avaliam a gestão Haddad como negativa, um
aumento de 1% em comparação ao mês anterior.
A pesquisa
também indica que 39% dos entrevistados percebem uma diminuição na influência
de Haddad após controvérsias sobre a meta de déficit zero, que gerou divisões
internas no governo. Apenas 12% veem o ministro fortalecido, enquanto a maioria
(49%) não nota mudanças significativas na sua posição.
Um outro
recorte da sondagem revela que 80% dos entrevistados acreditam que a qualidade
da equipe econômica da gestão do presidente Lula é “pior” do que a do governo
Jair Bolsonaro, liderada pelo ministro Paulo Guedes. Para 12%, a equipe
comandada por Haddad é igual à do governo anterior, e para 8%, é melhor que a
do governo Bolsonaro. De acordo com a Quaest, o mais querido pelo mercado
é o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, seguido pelos
governadores Tarcísio de Freitas, de São Paulo, e Romeu Zema, de Minas Gerais.
Sobre o
governo Lula, a maioria dos entrevistados (52%) mostrou tem uma avaliação
negativa. Esse percentual atual representa um aumento de cinco pontos
percentuais em relação à pesquisa anterior, divulgada em setembro. Outros 39%
disseram que o governo é regular (eram 41%). E para 9%, porém, a avaliação do
governo Lula é positiva, o que revela um recuo de três pontos em comparação com
a rodada anterior.
A pesquisa
mostra ainda que 56% dos entrevistados acreditam que o governo atual não está
preocupado com o controle da inflação. 44% dos analistas do mercado discordam
dessa afirmação e dão um crédito de confiança à equipe econômica no combate à
inflação.
Para 55%
dos analistas consultados pela Genial/Quaest, a economia terá uma piora
nos próximos 12 meses. Em setembro, quando foi feita a rodada anterior do
levantamento, essa fatia era de 34%.
A parcela
de agentes do mercado que consideram que a política econômica do país está na
direção errada é de 73%. Entre os entrevistados, 77% afirmam que
o principal problema que dificulta a melhora da economia é a “falta de um
política fiscal que funcione”. O restante aponta como problema “interesses
eleitorais” (9%), “baixa escolaridade ou produtividade da população (6%) e
“alta taxa de juros” (8%).