Foto:
Rovena Rosa / Agência Brasil
A redução
da taxa de desemprego do Brasil foi acompanhada por recuos estatisticamente
significativos em apenas três estados no terceiro trimestre deste ano, na
comparação com os três meses imediatamente anteriores.
É o que
apontam dados divulgados nesta quarta-feira (22) pelo IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o órgão, as taxas de
desocupação diminuíram em São Paulo (de 7,8% para 7,1%), Maranhão (de 8,8% para
6,7%) e Acre (de 9,3% para 6,2%).
Apenas em
Roraima houve crescimento (de 5,1% para 7,6%). Nas outras 23 unidades da
federação, as taxas ficaram estáveis em termos estatísticos, apesar da
tendência de redução observada na maior parte desses locais, disse o IBGE.
De acordo
com Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento do instituto, São
Paulo foi fundamental para o resultado nacional no terceiro trimestre. Na média
do Brasil, o desemprego baixou a 7,7% de julho a setembro, o menor nível para
esse período desde 2014, conforme números divulgados pelo IBGE em 31 de
outubro.
"A
queda no Brasil não foi um processo disseminado nos estados. A maior parte
mostra uma tendência de redução na taxa de desocupação, mas apenas três estados
registram queda estatisticamente significativa, principalmente por conta da
redução da desocupação. E São Paulo tem uma importância dado o contingente do
mercado de trabalho, o que influencia bastante a queda em nível nacional",
afirmou Beringuy.
Com o novo
resultado, a população desempregada no país recuou a 8,3 milhões no terceiro
trimestre. Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua), que investiga desde os empregos com carteira assinada e
CNPJ até os populares bicos.
Ainda
segundo a pesquisa, a população desocupada em São Paulo caiu 8,4%, de 2 milhões
no segundo trimestre para 1,9 milhão no terceiro. A redução foi de 170 mil
pessoas nessa condição.
Já a
população ocupada com algum tipo de trabalho em São Paulo aumentou 1,1%, de
23,9 milhões para 24,1 milhões. O aumento foi de 268 mil pessoas com trabalho
no estado.
Essa
ampliação, ponderou o IBGE, ficou mais concentrada em atividades como as de
informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e
administrativas. Nesse ramo, a população ocupada teve aumento de 252 mil (ou
6,4%).
No Brasil,
a população ocupada com algum tipo de trabalho alcançou 99,8 milhões no
terceiro trimestre. É o recorde da série histórica da Pnad, com dados a partir
de 2012.
Segundo
economistas, os dados nacionais sinalizaram um mercado de trabalho aquecido,
ainda sob impacto do desempenho da atividade econômica acima do esperado no
primeiro semestre.
A
desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) esperada para a segunda metade do
ano não teria provocado grandes impactos até o momento, mas é vista como um
sinal de alerta por analistas.
Nas
estatísticas oficiais, a população desempregada é formada por pessoas de 14
anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de vagas. Quem não
está buscando oportunidades, mesmo sem ter emprego, não entra nesse número.