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Rovena Rosa/Agência Brasil
Um estudo
internacional publicado pelo jornal Science Translational Medicine revela
que o vírus da Covid-19 pode prejudicar diversos tecidos do organismo a função
da mitocôndria - a "fábrica" de energia das células - criando um
efeito global e prolongado em todos os órgãos da pessoa infectada.
A
informação foi publicada pela Agência FAPESP nesta quarta-feira (22). De acordo
com o texto, a descoberta de um efeito sistêmico relacionado com a inibição da
função mitocondrial "abre caminho" para a busca de novos tratamentos
tanto para casos graves da doença quanto para pacientes com Covid longa.
"A
disfunção mitocondrial provocada pelo SARS-CoV-2 se mantém conservada, mesmo
quando o vírus é eliminado. Isso configura mais um efeito sistêmico da doença.
Neste trabalho, verificamos que o processo ocorre em vários tecidos do
organismo, não só nas células do sistema imune [monócitos] ou apenas no pulmão,
como se imaginava inicialmente. A disfunção mitocondrial pode ocorrer em todo o
organismo e, entre as consequências, está o aumento da resposta inflamatória em
pacientes graves", explica o professor do Instituto de Biologia da
Universidade Estadual de Campinas (IB-Unicamp) Pedro Moraes-Vieira.
A
investigação que deu origem ao artigo foi desenvolvida pelo consórcio COVID-19
International Research Team, que reúne pesquisadores de diferentes centros dos
Estados Unidos, Coreia do Sul, Dinamarca, Paraguai e Brasil.
Os
trabalhos são financiados pelo National Institutes of Health (NIH, dos Estados
Unidos). O estudo é a continuação de uma investigação iniciada no ano de 2020,
com apoio da FAPESP, na qual a equipe da Unicamp, liderada por Moraes-Vieira,
descobriu que a COVID-19 poderia gerar disfunções na mitocôndria. Contudo,
ainda não estava comprovado que se tratava de um problema generalizado.