Dados da Secretaria de
Saúde do Estado Bahia (Sesab) mostram que 2.309 baianos morreram em decorrência
da pneumonia até julho deste ano. Ainda segundo o órgão, em 2022, foram 4.009
óbitos. A enfermidade é a principal causa de morte em crianças de até 5 anos de
idade, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia
(SBPT).Os riscos da doença que ataca os pulmões, podem ser adquiridos
pelo ar, saliva, secreções, transfusão de sangue ou, na época do inverno,
devido à mudança brusca de temperatura.
Segundo a pneumologista Larissa Voss, a pneumonia pode ser
provocada tanto pela bactéria, como por vírus, fungos ou pela inalação de
produtos tóxicos.
“Nos casos de pneumonia, a tosse é um dos sinais mais
comuns da doença. A pneumonia costuma evoluir rapidamente, pois é uma condição
aguda. Em poucas horas da infecção, os sintomas começam a atingir o paciente”,
explica.
Para a médica, a pneumonia afeta principalmente os pulmões
que, ao serem inflamados, se enchem de pus e líquido. Ela indica também que os
sintomas variam de acordo com a faixa etária. “De modo geral, os sintomas são
febre, tosse, dificuldade para respirar e mal estar. Os casos podem evoluir com
maior gravidade”, observa.
De modo geral, bebês e crianças pequenas têm mais
propensão a desenvolverem quadros graves da doença em relação a adultos
saudáveis.
“A criança pequena evolui muito mais rapidamente que o
adulto saudável para quadros de insuficiência respiratória, por isso ela tende
a ser mais grave nessa idade. Os pacientes imunossuprimidos, imunodeficientes
ou em situações de desnutrição também estão mais propensos”, afirma.
Os idosos também compõem um público de risco para a
condição, já que o sistema imunológico está em queda. "Isso sem contar que
existe o fator das doenças associadas, que geralmente acometem esse público,
como diabetes, hipertensão, cardiopatia, doença renal ou cardíaca. Em geral, os
idosos morrem muito mais, enquanto as crianças ficam em segundo lugar, sendo
uma importante causa de morte nesse público”, aponta.
VACINA PNEUMO 15
Em outubro último, uma nova vacina contra a bactéria
pneumococo (Streptococcus pneumoniae), causadora da pneumonia, a Pneumo 15
começou a ser disponibilizada na rede privada de todo o país. A Sociedade
Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda a nova vacina para crianças entre 2
e 15 meses de vida, com esquema vacinal em quatro doses, com dois meses de
intervalo entre a primeira (dois meses de vida) e terceira aplicação, além de
uma dose de reforço entre 12 e 15 meses de vida. Conforme a entidade, o imunizante
pode ser administrado em conjunto com outras vacinas pediátricas e pode haver
intercâmbio caso o paciente já tenha sido imunizado com a VPC13.
A vacina, no entanto, só está sendo disponibilizada na
rede privada e não existe estimativa da mesma ser ofertada no Sistema Único de
Saúde (SUS). Conforme a especialista, o SUS só fornece a Pneumo 10 valente.
"A Pneumo 13 valente não é fornecida pelo SUS e já
está no mercado há muito tempo. Existe ainda a Pneumo 23, que é indicada para
casos que se enquadram nos grupos de risco, no caso de doenças respiratórias,
doenças de algumas comorbidades específicas. Nesse casos, os pacientes
conseguem tomar nos centros de referência de imunização", aponta.
Conforme a pneumologista, a indicação para a vacinação
contra a pneumonia ocorre na infância. Mas pode ser estender para quem possui
doença respiratória. Pela SBIm, quem está acima de 60 anos, também possui
indicação para tomar a vacina, como forma de evitar formas graves de pneumonia.
"Hoje em dia você pode usar a Pneumo 13 ou Pneumo 15,
que possui mais 2 cepas que protegem. Se você for ver, a Pneumo 15 protege 1% a
mais em relação a Pneumo 13, mas é 1% que em caso pacientes mais graves, pode
proteger um pouco mais".