Prestes a estrear uma nova
turnê, "Mister M Experience", em São Paulo, o ilusionista Val
Valentino passou por duas experiências de quase morte recentes. A última foi
justamente a responsável por convencê-lo a inaugurar a série de shows no Brasil,
nesta quinta-feira, dia 9.
O povo brasileiro, sua energia e acolhida, ele diz, foram
importantes em seu processo de cura, após o diagnóstico de um câncer de
próstata. Valentino chegou a ouvir dos médicos que tinha um ano para organizar
sua vida e se despedir, mas ele acreditava que novos tratamentos ou
medicamentos surgiriam a tempo.
Enquanto esperava, decidiu visitar amigos no Brasil, em
março de 2020, até que duas semanas depois, a pandemia de Covid-19 fechou os
aeroportos e o mágico mascarado se viu preso num país estranho, sem família.
Não entrou em pânico, mas conforme a situação no mundo se agravava, a dele
também ficava mais preocupante.
Valentino não podia mais esperar e teve que fazer uma
cirurgia às pressas, em São Paulo mesmo. "Mas eu fiquei calmo, não tive
medo ou nervosismo. Foi como um poder que me fez levar isso a sério e pensar em
como sobreviver", diz.
Hoje, se considera curado da doença, e comemora uma volta
aos palcos que, em determinado momento, achou que jamais aconteceria.
As apresentações de "Mister M Experience"
acontecem no teatro Procópio Ferreira até o fim do mês, e no ano que vem, os
shows tomarão os palcos de outras cidades brasileiras. Só na sequência a turnê
embarcará para outros países.
A montagem do cronograma é como um agradecimento aos
brasileiros. "Eu cheguei num ponto que não tinha certeza se me
apresentaria de novo. Mas a oportunidade veio, estou aqui e vou seguir o que
meu instinto me manda fazer. É uma decisão passional [começar a turnê
aqui]", diz.
Sua outra experiência de quase morte, conta, também o
levou ao Brasil. Após um mal súbito em julho de 2019, que segundo ele o deixou
morto por três minutos, ele recebeu mensagens do além, em especial da mãe
recém-falecida. Ele não conseguia entender o que ela dizia, mas "captei a
mensagem de que precisava vir ao Brasil".
"As coisas são como são, é difícil pensar em como
teria sido se eu tivesse ficado nos Estados Unidos, mas eu recebi a mensagem
para vir para cá, eu vim, senti o amor desse povo e aqui estou. Eu tive sorte,
recebi várias mensagens que me levaram a isso."