Com mais de 230 mil
pacientes atendidos pela Central Estadual de Regulação nos dez primeiros meses
de 2023, foi atingida a marca de 99% de respostas às solicitações feitas por
unidades de saúde nos 417 municípios baianos. O panorama foi traçado nesta semana
pela secretária da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), Roberta Santana, e pela
superintendente de Gestão dos Sistemas de Regulação da Atenção à Saúde, Mônica
Hupsel, durante o Fórum Estadual de Regulação, que é uma iniciativa do
Ministério Público do Estado.
De acordo com a secretária da Saúde do Estado, 50% dos
pacientes são transferidos em até 24 horas. “A saúde é uma prioridade para o
governador Jerônimo, tanto que chegaremos ao final do ano com mais de 1.000
novos leitos. Além disso, o Governo do Estado liberou 424 leitos hospitalares
ao transferir pacientes renais crônicos para clínicas privadas que,
infelizmente, ficavam internados em virtude da falta de vagas ambulatoriais nas
redes municipais. O governador autorizou um cofinanciamento e resolveu a situação.
Também ampliamos o home care e implantamos o serviço de oxigenoterapia. “Só
para ter uma ideia, hoje 3.307 pacientes estão em assistência domiciliar em
toda a Bahia”, detalha Roberta Santana.
A superintendente Mônica Hupsel complementa que foram
ampliados os contratos de ambulâncias do tipo UTI e aumentaram em 20% o número
de médicos, chegando a 216 profissionais que fazem a Central funcionar 24
horas, todos os dias do ano.
Vera Lúcia Galindo, coordenadora geral das Policlínicas e
UPAs da Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana, ressaltou a
resolutividade da Central Estadual de Regulação que vem ampliando o atendimento
das demandas do município. “Isso resulta na diminuição do número de pacientes
que aguardam vaga para algum procedimento via CER, no que parabenizo toda a
equipe que faz o trabalho, desde médicos reguladores, passando pela diretora da
Central, e extensivo à gestora Roberta Santana”, pontuou a coordenadora.
Já o promotor público, Rogério Queiroz, da 2ª Promotoria
de Justiça de Defesa da Saúde de Salvador, sugeriu um estudo epidemiológico das
principais causas de adoecimento da população baiana, sobretudo daquelas que
mais impactam no atendimento de clínica médica. “Acredito que um estudo do
perfil desses pacientes seria importante para que se pudesse atuar em prevenção
junto à população, e, a longo prazo, reduzir a pressão por atendimento de média
e alta complexidade”, frisou.
Atualmente, cerca de 45% do total de solicitações para
transferências de pacientes em situação de urgência e emergência estão
relacionadas a três áreas: clínicas médica, ortopedia e vascular. “Essas são
nossas prioridades e atuamos para abrir leitos e acelerar o que já temos. O
Hospital 2 de Julho, antigo Espanhol, possibilitou acolher pacientes com perfil
de clínica médica adulto e pediátrica e a abertura do Hospital Ortopédico surge
como uma resposta direta aos elevados índices de acidentes automobilísticos,
sobretudo envolvendo motociclistas. O Governo do Estado tem feito e planejado
novas campanhas publicitárias para sensibilizar e educar sobre o tema trânsito,
além de investir em fiscalização, mas é preciso o engajamento de toda a
sociedade para mudar essa cultura do excesso de velocidade e impedir que mais
vidas sejam perdidas˜, aponta a secretária estadual da Saúde.
Outro ponto de destaque durante o Fórum foi o diálogo
intenso com as prefeituras: “é preciso fortalecer o trabalho da Atenção
Primária, em especial das equipes de saúde da família. A falta de controle da
diabetes pode ocasionar a amputação de membros, assim como a falta de controle
da hipertensão ocasiona AVC. E sem esse trabalho das prefeituras, atuando na
prevenção, será muito difícil reduzir o número de problemas vasculares”, pontua
a titular da pasta estadual da Saúde.