O ex-presidente Jair
Bolsonaro (PL) reagiu à nova condenação sofrida no TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) com a publicação, em redes sociais, dos valores das multas aplicadas
contra ele e contra seu candidato a vice, o ex-ministro Walter Braga Netto.
"Novas multas: Bolsonaro: R$ 425.000,00. Braga Netto:
R$ 212.800,00", escreveu Bolsonaro.
A mensagem foi acompanhada de uma notícia de que o TSE o
condenou novamente numa ação eleitoral, desta vez por abuso de poder político
nas celebrações do 7 de Setembro do ano passado, e declarou Braga Netto
inelegível até 2030.
Bolsonaro já havia sido inabilitado a disputar eleições
por oito anos em decisão do TSE de junho. Na ocasião, a corte analisou ação
sobre a reunião no Palácio da Alvorada, no ano passado, em que Bolsonaro
realizou ataques contra o sistema eletrônico de votação e questionou, sem
provas, a lisura da Justiça eleitoral.
Nesta terça, o TSE impôs nova condenação de
inelegibilidade contra Bolsonaro. Não há efeito prático sobre o prazo da
inabilitação do ex-presidente, uma vez que a contagem do período começa a
partir da conclusão do pleito analisado --no caso, 2022.
Dos 7 ministros, 5 consideraram que Bolsonaro cometeu
abuso de poder e promoveu campanha usando dinheiro público nas comemorações do
Dia da Independência: Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques, André
Ramos Tavares, Cármen Lúcia e Alexandre de Moraes.
Também foram 5 votos contra Braga Netto --inicialmente, o
relator Benedito Gonçalves havia sido a favor de livrar o então vice da
inabilitação para disputar eleições, mas ele mudou seu voto no final da noite
desta terça.
Já os ministros Kassio Nunes Marques e Raul Araújo votaram
pela rejeição das ações tanto contra Bolsonaro como contra o então candidato a
vice.
A multa proposta pelo corregedor do TSE, Benedito
Gonçalves, foi de R$ 425 mil a Bolsonaro e de mais R$ 212 mil a Braga Netto
(PL). Os valores foram aceitos pela maioria do tribunal.